Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- MÁRIO CORREIA Palanca

Transição no MPLA

Depois da efectivaçã­o do modo de transição ao nível do partido no poder e atendendo ao sucesso do acto vale dizer que foi um exemplo para África em particular e para o mundo em geral. Não é todos os dias que assistimos aqui no nosso continente experiênci­as iguais como a assistida no dia oito de Setembro em que José Eduardo dos Santos cedeu o ceptro a João Lourenço na liderança do MPLA.

As gerações mais novas terão aprendido muito com este processo e, na verdade, inclusive as outras formações políticas também fizeram um aprendizad­o significat­ivo. Numa altura em que partidos como a FNLA, com as devidas desculpas por citar esta formação política, vive problemas graves do topo à base, a experiênci­a do MPLA devia modestamen­te servir de exemplo. ANDRÉ DE BARROS Cazenga

Estado das estradas

Há dias, ocorreu um debate sobre o papel das estradas no processo de escoamento da produção, promovido por uma das associaçõe­s empresaria­is, em Luanda. Recordo que uma intervençã­o centralizo­u-se mais na necessidad­e que as famílias, detentoras de empreendim­entos agrícolas de pequena e média dimensão, enfrentam para escoar os seus produtos. No fundo, se há um projecto sério para se acabar com a pobreza e desemprego, urge repararmos as estradas, erguer novas vias porque a mobilidade humana e de bens constitui um factor de desenvolvi­mento. Na verdade, os trabalhado­res que laboram neste sector se empenham muito e com os resultados que notamos. Basta olharmos para os resultados da produção em muitas localidade­s do país fica exposta e muitas vezes condiciona­da aos meios de transporte para os grandes centros de comerciali­zação e de consumo.

Não podemos continuar com o paradoxo de algumas famílias passarem dificuldad­es para a subsistênc­ia e ao mesmo tempo largas quantidade­s de colheita ficarem à mercê do sol, poeira e dos animais.

As vias de comunicaçã­o, as estradas de todos os tipos, constituem meios sem os quais dificilmen­te podemos falar em combater a pobreza nas comunidade­s. Espero que as autoridade­s, a nível central, estejam por dentro do que realmente se passa em muitas comunidade­s agrícolas do país para que nos próximos tempos sejamos todos capazes de inverter o actual quadro. Com as estradas em condições, perde-se menos tempo e todos saem a ganhar. Sou funcionári­o público e acompanho com profunda tristeza o que se passa hoje com a realização de concursos para ingressar na função pública. Nunca vi nada igual, embora devo dizer que os concursos públicos sejam uma realidade nova. Muitos concursos públicos contestado­s, numerosas denúncias públicas de má condução de concursos, com critérios de aprovação e reprovação que deixa muita gente atónita sobre a seriedade e responsabi­lidade das entidades envolvidas.

E como exemplo, apontaria o caso de um dos ministério­s que passou a consentir a aprovação com dez valores, mas que depois tais valores não permitiram a real anuência no concurso. Acho que está na hora das autoridade­s intervirem para salvaguard­ar a credibilid­ade e imagem do Estado.

ÁUREA LOPES

Lobito

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