CARTAS DOS LEITORES
Transição no MPLA
Depois da efectivação do modo de transição ao nível do partido no poder e atendendo ao sucesso do acto vale dizer que foi um exemplo para África em particular e para o mundo em geral. Não é todos os dias que assistimos aqui no nosso continente experiências iguais como a assistida no dia oito de Setembro em que José Eduardo dos Santos cedeu o ceptro a João Lourenço na liderança do MPLA.
As gerações mais novas terão aprendido muito com este processo e, na verdade, inclusive as outras formações políticas também fizeram um aprendizado significativo. Numa altura em que partidos como a FNLA, com as devidas desculpas por citar esta formação política, vive problemas graves do topo à base, a experiência do MPLA devia modestamente servir de exemplo. ANDRÉ DE BARROS Cazenga
Estado das estradas
Há dias, ocorreu um debate sobre o papel das estradas no processo de escoamento da produção, promovido por uma das associações empresariais, em Luanda. Recordo que uma intervenção centralizou-se mais na necessidade que as famílias, detentoras de empreendimentos agrícolas de pequena e média dimensão, enfrentam para escoar os seus produtos. No fundo, se há um projecto sério para se acabar com a pobreza e desemprego, urge repararmos as estradas, erguer novas vias porque a mobilidade humana e de bens constitui um factor de desenvolvimento. Na verdade, os trabalhadores que laboram neste sector se empenham muito e com os resultados que notamos. Basta olharmos para os resultados da produção em muitas localidades do país fica exposta e muitas vezes condicionada aos meios de transporte para os grandes centros de comercialização e de consumo.
Não podemos continuar com o paradoxo de algumas famílias passarem dificuldades para a subsistência e ao mesmo tempo largas quantidades de colheita ficarem à mercê do sol, poeira e dos animais.
As vias de comunicação, as estradas de todos os tipos, constituem meios sem os quais dificilmente podemos falar em combater a pobreza nas comunidades. Espero que as autoridades, a nível central, estejam por dentro do que realmente se passa em muitas comunidades agrícolas do país para que nos próximos tempos sejamos todos capazes de inverter o actual quadro. Com as estradas em condições, perde-se menos tempo e todos saem a ganhar. Sou funcionário público e acompanho com profunda tristeza o que se passa hoje com a realização de concursos para ingressar na função pública. Nunca vi nada igual, embora devo dizer que os concursos públicos sejam uma realidade nova. Muitos concursos públicos contestados, numerosas denúncias públicas de má condução de concursos, com critérios de aprovação e reprovação que deixa muita gente atónita sobre a seriedade e responsabilidade das entidades envolvidas.
E como exemplo, apontaria o caso de um dos ministérios que passou a consentir a aprovação com dez valores, mas que depois tais valores não permitiram a real anuência no concurso. Acho que está na hora das autoridades intervirem para salvaguardar a credibilidade e imagem do Estado.
ÁUREA LOPES
Lobito