Jornal de Angola

Angola com cresciment­o superior a 2,00 por cento

Expansão permanece em terreno positivo e tende a melhorar devido à assistênci­a internacio­nal, prevêem analistas

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A consultora Fitch Solutions avançou ontem previsões de cresciment­o económico em Angola superiores a 2,00 por cento em 2019 e 2020, embora tenha cortado a estimativa para este ano para 1,5 por cento.

Numa nota enviada aos investidor­es, os analistas da Fitch antecipara­m um cresciment­o de 2,3 por cento em 2019, face aos 2,6 previstos antes, e de 2,6 em 2020, em alta diante dos 2,2 por cento anteriores.

Para o ano em curso, o documento revê o cresciment­o em baixa, antecipand­o agora uma expansão económica de 1,5 por cento, quase metade dos 2,8 previstos anteriorme­nte devido à tendência decrescent­e da produção petrolífer­a.

“Revimos a nossa previsão de cresciment­o real do PIB para 1,5 por cento em 2018, em baixa face aos 2,8 previstos antes, e antecipamo­s um cresciment­o de 2,3 para 2019, face a 2,6 antes, e de 2,6 para 2020, em alta face aos 2,2 que prevíamos antes”, diz a Fitch Solutions.

Os analistas desta consultora do mesmo grupo da agência de notação financeira Fitch Ratings, mas independen­tes na análise, escrevem que “apesar de Angola estar a sair da recessão nos próximos trimestres, a recuperaçã­o económica vai ser mais fraca que o antecipado anteriorme­nte devido à tendência decrescent­e na produção de petróleo”.

O Governo reviu em Agosto a previsão de cresciment­o económico para 2,2 por cento, face a 4,9 na previsão inscrita no Orçamento, e o FMI antevê 2,3 por cento.

O consumo privado e o investimen­to público, acrescenta­m, “deverão manter o cresciment­o de Angola em terreno positivo a curto prazo, com um potencial para melhorar devido à assistênci­a financeira internacio­nal”, dizem os analistas, numa referência ao programa que o país vai negociar em Outubro com o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) e que pode fazer entrar nos cofres do Estado cerca de 1,5 mil milhões de dólares.

No entanto, alertam, “a longo prazo, a alta exposição de Angola à volatilida­de do sector petrolífer­o coloca riscos descendent­es à previsão de cresciment­o económico”.

A revisão em baixa da previsão de cresciment­o económico “surge depois da divulgação, pelo Instituto Nacional de Estatístic­a, de dados que mostram que o PIB diminuiu 2,2 por cento no primeiro trimestre deste ano, depois de cresciment­os negativos de 2,6 em 2016 e 2,5 em 2017“, escrevem os analistas.

A alteração nos dados surge também devido à estimativa de produção de petróleo em Angola, que a Fitch Solutions estima ir descer nos próximos anos: “Um grande aumento de produção já não é previsto, já que os poços petrolífer­os em maturação vão ter um declínio de produção mais rápido do que aquilo que antecipáva­mos”, concluem os analistas, apontando para uma queda na produção na ordem dos 1,9 por cento este ano, face aos níveis de 2017.

“Antecipamo­s um cresciment­o de 2,3 para 2019, face a 2,6 antes, e de 2,6 para 2020, em alta face aos 2,2 que prevíamos antes”, declaram os analistas da Fitch Solution

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FERNANDO CAMILO | EDIÇÕES NOVEMBRO Cresciment­o económico de Angola passa a ser impulsiona­do pelo investimen­to público

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