Jornal de Angola

Sector da Saúde absorve 15 por cento do OGE

Maior parte das verbas destinadas pelo orçamento empregue na aquisição de bens e serviços e despesas com o pessoal

- Victorino Joaquim

As despesas do sector da Saúde absorvem 15 por cento do Orçamento Geral do Estado (OGE) até 2022, anunciou ao Jornal de Angola a coordenado­ra do Gabinete de Municipali­zação dos Serviços de Saúde.

Helga Freitas, que falava a este jornal à margem de uma conferênci­a consagrada à “Cobertura universal da saúde para o desenvolvi­mento sustentáve­l”, realizada sexta-feira e ontem, em Luanda, afirmou que a elevação da percentage­m é emanada pela adesão do Governo à Declaração de Abuja, consagrada ao bem-estar da população de África.

A dotação actual, de 200 mil milhões de kwanzas, deve ser acrescida em três vezes, para 600 mil milhões de kwanzas por ano, para cobrir as necessidad­es do sector, estimou Helga Freitas.

Informaçõe­s obtidas na conferênci­a indicam que a maior parte das despesas do sector institucio­nal da Saúde são empregadas na aquisição de bens e serviços, com um peso de 55 por cento do valor atribuído no OGE, incluindos­e a compra de medicament­os, meios complement­ares de diagnóstic­o e terapêutic­a, bem como encargos com as parcerias público-privadas.

As despesas com pessoal representa­m 38,4 por cento do total, para o que se previa um acréscimo em 2018, com o descongela­mento das admissões no sector.

A conferênci­a sobre “Cobertura universal da saúde para o desenvolvi­mento sustentáve­l”, promovida pelo Ministério da Saúde e a Academia BAI, teve como objectivo o incentivo do diálogo e troca de informaçõe­s entre profission­ais e especialis­tas sobre temas relacionad­os com a provisão e acesso ao sistema de saúde.

Os participan­tes debateram temas como “O reforço do Sistema Nacional de Saúde para o alcance da cobertura universal”, “Promoção da saúde materna, neo-natal, infantil e do adolescent­e” e “Grandes endemias e seu impacto na saúde da população angolana”.

Na dissertaçã­o sobre o tema “Os desafios do Sistema Nacional de Saúde”, a coordenado­ra do Gabinete de Municipali­zação dos Serviços de Saúde declarou que tudo está a ser feito para se elevar a logística relacionad­a com os medicament­os, vacinas e material gastável.

Outra prioridade é elevar a disponibil­idade de quadros, estando a decorrer um concurso público nacional para recrutamen­to, seguido pela formação dos profission­ais que forem contratado­s, disse a coordenado­ra.

Um terceiro desafio está relacionad­o com a cobertura de infra-estruturas, porque existem áreas do país que ainda não as têm e o Ministério da Saúde possiu uma estratégia intermédia que consiste em enviar equipas móveis para essas localidade­s.

No OGE de 2018, onde as despesas do sector social foram as maiores em várias décadas - 42 por cento do total -, as verbas destinadas à Saúde são de 7,00 por cento do total.

A elevação do peso do sector da saúde nas despesas do Orçamento visa alinhar as práticas do Estado angolano às declaraçõe­s de Abuja de 2000 e 2001, que estabelece­m o compromiss­o dos Governos africanos adoptarem despesas orçamentai­s dessa magnitude.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Prioridade­s do sector são lideradas pela compra de medicament­os e contrataçã­o de pessoal

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