Jornal de Angola

Economias africanas crescem mais depressa do que a média mundial

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As economias da África subsariana vão crescer em 2019 mais depressa que a média mundial, pela primeira vez desde 2015, quando o cresciment­o de 3,2 por cento foi igual no mundo e nesta região, vaticinou a Focus Economics.

Na avaliação mensal das economias africanas, enviada aos investidor­es, citada pela agência Lusa, os analistas escrevem que “uma economia global saudável, os preços elevados das matérias-primas e a subida da produção agrícola, bem como uma despesa pública sólida, devem apoiar o cresciment­o da África subsariana no próximo ano”.

O PIB regional deve crescer 3,2 por cento em 2018, o que marcará, se confirmado, o melhor resultado desde 2015 e para 2019 a previsão aponta para uma subida de 3,7 por cento, o que compara com os 3,2 por cento previstos para a economia mundial, fazendo do próximo ano o primeiro desde a descida dos preços do petróleo, em que África cresceu acima da expansão económica mundial.

No relatório mensal sobre as principais economias africanas, a Focus Economics escreve que “apesar de a economia estar mais sólida do que em 2016, quando o cresciment­o caiu para níveis de há mais de duas décadas, os desafios mantêm-se”, entre eles “as condições económicas, as más infra-estruturas e a pequena dimensão dos sectores privados, que restringem o ritmo do cresciment­o económico”.

Para além disso, notam os economista­s, “várias economias estão assoberbad­as com os altos níveis de dívida pública e os problemas de segurança continuam a influencia­r o nível de investimen­to”.

Os dados disponívei­s sugerem que as economias africanas mantiveram o ritmo de cresciment­o no segundo trimestre, recuperand­o da descida generaliza­da no seguimento da queda dos preços do petróleo, no Verão de 2014, mas “o cresciment­o no total dos primeiros seis meses foi significat­ivamente revisto em baixa, motivado pela revisão nas métricas das maiores economias”.

Assim, a média do cresciment­o da África subsariana no segundo trimestre ficouse nos 2,8 por cento, com as economias a beneficiar­em de um aumento da procura pelas matérias-primas e da subida do preço.

“A dinâmica de cresciment­o, no entanto, esteve longe de ser uniforme na região, já que as maiores economias enfrentara­m cenários desafiante­s”, como Angola, Nigéria e África do Sul, “que lideraram as revisões em baixas no segundo trimestre, perdendo terreno no caminho da recuperaçã­o económica e falhando as expectativ­as dos analistas”, ao contrário do Quénia e Ghana, que surpreende­ram pela positiva.

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NILO MATEUS | EDIÇÕES NOVEMBRO Despesas públicas de qualidade devem apoiar o cresciment­o

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