Jornal de Angola

Selecção Nacional masculina prepara disputa do Mundial

Militares do Rio Seco querem travar o domínio dos tunisinos na disputa de títulos e eliminatór­ias com equipas angolanas

- Honorato Silva

Meia década depois, o Esperance de Túnis volta a cruzar o caminho do 1º de Agosto, na Liga dos Clube Campeões Africanos de futebol, agora nas meias-finais da prestigiad­a prova, com o regresso do colosso continenta­l marcado para 2 de Outubro, no 11 de Novembro, enquanto o jogo de resposta acontece no dia 23, no Estádio Olympique de Radès.

A última vez que os tunisinos cruzaram o caminho dos militares dos Rio Seco foi em 2013, na primeira eliminatór­ia de apuramento para a fase de grupos da competição milionária de África. O Esperance avançou com um duplo (1-0), em Luanda e Túnis, desfecho que reforçou a hegemonia da equipa magrebina em relação aos representa­ntes angolanos.

No mesmo ano, o gigante da Tunísia defrontou, na Série B, o Recreativo do Libolo. O domínio voltou a pertencer à formação do país das Águias de Cartago, que venceu por 2-1, em casa, e 1-0, na visita à vila de Calulo, que passou a figurar na geografia do futebol africano.

A memória, que o tempo parece não querer apagar, remete para a final da Taça dos Vencedores das Taças, hoje Nelson Mandela, na qual o Esperance de Túnis derrotou o 1º de Agosto, por 31, no dia 21 de Novembro de 1998, no Estádio Olympique d’El Menzah. Marcaram Jaidi, Hamrouni e Laaroussi, do lado tunisino, e Muanza Teka, pela formação angolana.

Na resposta, com os angolanos convictos num triunfo por 2-0 e consequent­e baptismo do país, quanto às conquistas em África, as equipas empataram (1-1), com golos de Nsilulu, aos 42 minutos, e Melitai, 87, na Cidadela Desportiva, no dia 06 de Dezembro, numa tarde em que Assis, médio criativo da equipa treinada por Ndungidi Daniel, desperdiço­u uma grande penalidade que, convertida, colocaria os rubro e negros em vantagem na discussão do título.

Jogaram pelo 1º de Agosto Goliate; Gonçalves (Castela, 80 min), Neto, Hélder Vicente e Pedro; Filipe Nzanza, Assis e Stopirra; Mendonça (Pena, 68 min), Nsilulu e Agó. Do lado do Esperance, Youssef Zouaoui alinhou El Ouaer; Sahbani, Azaiez, Badra, Jaidi e Chechia; Hamrouni (Kanzari, 85 min), Chihi, Melliti (Nouira, 90 min), Gabsi; Tlemçani.

Um ano antes, os tunisinos superaram na final da mesma competição o Petro de Luanda, mercê do triunfo por 2-0, em Túnis, em reposta à vitória (1-0) dos tricolores, na Cidadela. O brasileiro Jorge Ferreira fez alinhar pelos petrolífer­os, em casa do adversário, Marito; Maninho, Chico Dinis e Delgado (Minhas, 52 min); Jonas, Zico, Cacharamba (Langa, 82 min) e Gui, Guedes (Betinho, 78 min) e Paulo Silva, ao passo que Youssef Zouaoui apostou em El Ouaer; Sahbani, Hichri, Badra e Thabet; Kanzari, Chihi, Ay. Hamrouni (M. Chebbi, 68 min) e Gabsi; Badraoui e Tlemçani.

Em 2003, o ASA teve pela frente o grande carrasco das equipas angolanas, no Grupo B da Liga dos Campeões, após superar o Villa Sport Club (Uganda) e Hearts of Oak (Ghana), nas duas eliminatór­ias que disputou. O Esperance, vencedor da série, 14 pontos, derrotou (1-0) os aviadores, últimos classifica­dos, 4, no El Menzah, e empatou (00), na Cidadela.

Peso do palmarés

À semelhança do TP Mazembe, muito elogiado pela imprensa angolana e adeptos contrários ao 1º de Agosto, o Esperance de Túnis chega a Luanda amparado por um invejável palmarés. Dois títulos da prova (1994 e 2011), bem como quatro segundos lugares (1999, 2000, 2010 e 2012), fazem do maior fornecedor de jogadores da selecção da Tunísia um obstáculo difícil de transpor.

O estatuto de colosso africano é reforçado pelas 11 presenças nas meias-finais (1994, 1999, 2000, 2001, 2003, 2004, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2018), apenas atrás dos Corvos do Congo Democrátic­o, com o mesmo números de aparições, e do Al-Ahly do Egipto, que disputa o acesso à final pela 16ª vez, desta frente ao Entente Sétif da Argélia.

A equipa orientada por Khaled Ben Yahia, ocupa a oitava posição da Liga da Tunísia, com três pontos somados na única partida disputada, na competição liderada pelo Sfaxien e o Bizertin, 7, à passagem da terceira jornada. Joga preferenci­almente em 4-2-31 e tem como principais referência­s Fousseny Coulibaly (Costa do Marfim), médio defensivo, Khalil Chemmam (defesa central), Youcef Belail, Anice Badri (médios ofensivos) e Taha Yassine Khenissi (pontade-lança), todos tunisinos.

Os tri-campeões angolanos podem explorar o facto de os tunisinos estarem ainda numa fase embrionári­a da época, à procura de entrosamen­to, apesar da maior frescura física. O duplo empate com o Etoile du Sahel aumenta a confiança dos militares num desfecho feliz, à terceira tentativa.

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DR Colosso do futebol continenta­l reencontra rubro e negros na Liga dos Clubes Campeões

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