Ataque rebelde causa dezoito mortos
Pelo menos 18 pessoas (14 civis e quatro militares) morreram e várias ficaram feridas num ataque de supostos rebeldes ugandeses da Frente Democrática Aliada (ADF) em Rwenzori, na República Democrática do Congo (RDCongo), informou ontem a imprensa local.
Os rebeldes chegaram àquela localidade, situada na fronteira com Uganda e próxima da cidade de Beni, no Kivu do Norte, na tarde de sábado, disseram testemunhas locais citadas ontem pela Rádio Okapi, da missão da ONU na RDCongo (Monusco).
O grupo atacou uma posição das Forças Armadas congolesas no município de Rwenzori e o Exército interveio para conter o ataque, o que causou confrontos e tiroteios.
O número de mortos nos ataques pode aumentar, já que não há um saldo oficial de mortes.
A população identificou os rebeldes ugandeses como os responsáveis pela violência, um grupo que começou a sua campanha de violência em 1996 no distrito de Kasese, no oeste de Uganda, expandindo as suas acções para várias áreas próximas da fronteira com a RDC.
A Frente Democrática Aliada é uma das organizações armadas que continuam a operar na RDC após o desarmamento, em Novembro de 2014, do grupo rebelde M23, que chegou a controlar boa parte da região.
O nordeste da RDC tem estado envolvido num longo conflito, alimentado por dezenas de grupos rebeldes, apesar da presença do exército congolês e das forças da Monusco.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estima que existam cinco milhões de deslocados congoleses, 675.000 nos países vizinhos e 4,3 milhões no interior do país.
Mais de meio milhar foi assassinado, apenas em Kivu, entre Junho e Novembro de 2017, e outros mil foram sequestrados, de acordo com a Human Rights Watch (HRW).
A região, localizada numa área montanhosa de acesso difícil, permite que os rebeldes se escondam facilmente e escapem das operações militares no terreno. Além da violência, a província de Kivu do Norte, juntamente com a vizinha Ituri, sofre há várias semanas um surto de ébola, que já deixou pelo menos 99 mortes - das quais 68 foram confirmadas laboratorialmente - em 147 casos.