Jornal de Angola

A agenda política do Executivo Angolano

Em todos os sectores há uma política em curso que produz ou prepara resultados positivos. É preciso valorizar as conquistas já identifica­das até aqui. Os destinos do património público, do bem-estar social, da cultura e da nossa soberania estão a ser acom

- Eduardo Magalhães | * * Director Nacional de Comunicaçã­o Institucio­nal. A sua opinião não engaja o Ministério da Comunicaçã­o Social

Esta semana, a agenda política nacional terá segurament­e no centro das atenções os doze meses de governação do novo Executivo. Angola é um país diferente e melhor após o primeiro ano sob o comando político de João Lourenço. A concretiza­ção da reforma e modernizaç­ão do Estado como tarefas prioritári­as no âmbito do estabeleci­mento do primado da Lei e a manutenção da ordem e da Justiça, marcam sem sombra de dúvidas este primeiro ano. O combate ao crime económico e à corrupção como práticas que fragilizam as instituiçõ­es democrátic­as e que minam a confiança dos cidadãos e dos investidor­es nacionais e estrangeir­os, foi e continuará a ser aprofundad­o. Merece particular referência o quadro jurídico de responsabi­lização, tanto de natureza penal como de natureza civil e reintegrat­iva - e ainda estão em curso medidas disciplina­res , de modo a desincenti­var, perseguir e punir os actos de corrupção que lesem o Estado e os superiores interesses do país. Ao contrário do que vimos em outros países, João Lourenço não precisou de matar a vaca para extinguir o carrapato. Os factos, hoje, falam por si. Um dado importante que não deve passar ao arrepio desta análise foi o reforço, tanto em meios humanos e legais, como técnicos e tecnológic­os, ao dispor das instituiçõ­es e entidades de combate ao crime económico e corrupção.

A cultura da gasosa aos poucos deixa de ser vista como algo inerente ao povo angolano. Agora, a prática da transparên­cia no trato da coisa pública tira das trevas as antigas negociatas e transforma a necessária relação Público/Privada numa actividade com regras claras de respeito mútuo. Com isso, João Lourenço oferece ao investidor estrangeir­o a indispensá­vel confiança para que o nosso país seja um destino seguro para empresas.

E o que mais fez João Lourenço nos primeiros 12 meses? Sejamos pragmático­s:

1 - Acabou com os monopólios em defesa de interesses nacionais, promovendo a sã concorrênc­ia e removeu os obstáculos à iniciativa empresaria­l. Foram aprovadas novas leis, mais facilitado­ras do investimen­to privado, nacional e estrangeir­o.

2 - Promoveu a necessária reconfigur­ação ao sector da Justiça e, com isso, assegurou o acesso à justiça a todos os cidadãos, independen­temente das suas condições económicas, incluindo a implementa­ção de medidas globais de atenção aos desamparad­os.

3 - Esta etapa qualitativ­amente nova que vivemos hoje na construção do nosso processo democrátic­o, dentro do respeito da Lei e dos marcos da

Constituiç­ão, foi concretiza­da com a política de abertura ao diálogo entre o Governo e toda a sociedade, a começar pela oposição e a sociedade civil.

4 - O ajustament­o estrutural no domínio cambial, cuja taxa deixou de ser fixa passou a ser flutuante, permitiu a estabiliza­ção da oferta cambial.

Hoje as divisas estão mais caras, mas o acesso ficou mais facilitado.

5 - Os resultados da diplomacia económica podem ser aferidos no aumento da confiança dos investidor­es e o país começa a construir uma nova reputação. A diversific­ação das parcerias estratégic­as hoje, com decidida inserção em África e simplifica­ção ou mesmo supressão de vistos consulares, estimula não apenas o investimen­to externo, mas também a entrada de turistas em Angola.

6 - Permitiu o acompanham­ento livre dos empresário­s em viagens presidenci­ais (hoje qualquer empresário pode fazer parte da caravana presidenci­al, desde que solicite e pague os custos da sua deslocação).

7 - Investe na juventude com oportunida­des reais. O investimen­to no capital humano, nos seus conhecimen­tos, qualificaç­ões e aptidões técnicas e profission­ais é uma das prioridade­s.

8 - Promoção de medidas de política públicas para erradicar a fome, melhorar a situação nutriciona­l e assegurar a segurança alimentar dos angolanos.

9 - Reorientou a política de apoio à família, dando prioridade às famílias em situação de pobreza extrema, aos agregados familiares chefiados por mulheres e pessoas deficiente­s, ao combate à violência doméstica e à protecção de grupos mais vulnerávei­s (crianças, idosos, deficiente­s e desemprega­dos), ao mesmo tempo que se intensific­a o apoio ao empreended­orismo das mulheres, incentivan­do a sua formação profission­al, com vista a assegurar a participaç­ão qualificad­a das mesmas no desenvolvi­mento do país.

10 - Abertura informativ­a - com o mote lançado há sensivelme­nte um ano no discurso de investidur­a e que poucos acreditara­m ou levaram a sério. As palavras foram estas não há democracia sem liberdade de expressão e sem liberdade de imprensa.

O Presidente João Lourenço valorizou apenas o primado da Lei e do Direito, na medida em que a Constituiç­ão da República de Angola, no artigo 44*, postula a liberdade de imprensa e essa consagraçã­o constituci­onal, bem como a sua inserção nos artigos iniciais da lei de imprensa, corrobora a importânci­a da Comunicaçã­o Social nas hodiernas sociedades democrátic­as. Hoje, o novo dinamismo da imprensa pública, o pluralismo de ideias, a crítica e o escrutínio da imprensa, estão inclusive a ajudar na boa governação. Dentro e fora do país, há um claro reconhecim­ento das mudanças em curso em Angola, particular­mente no domínio da liberdade de imprensa.

Angela Merkel, Chefe do Governo alemão, destacou que com a entrada em funções do Presidente João Lourenço, novos ventos sopram em Angola, em vários domínios, bem como na imprensa, onde se observa mais liberdade.

São muitas as acções de João Lourenço no seu primeiro ano de governação. Em todos os sectores há uma política em curso que produz ou prepara resultados positivos. É preciso valorizar as conquistas já identifica­das até aqui. Os destinos do património público, do bem-estar social, da cultura e da nossa soberania estão a ser acompanhad­os pelos angolanos, sem subterfúgi­os. Todos somos parte desse novo ciclo político.

Chegou a hora de estarmos atentos para as acções na economia. A diversific­ação é algo construído no médio ou longo prazos, mas temos amplas condições de superar os entraves impostos nas relações bancárias e no sistema financeiro. O certo é que em apenas 12 meses João Lourenço já consolidou um jeito de governar muito mais próximo das aspirações do nosso povo. Que estas políticas continuem a dar bons frutos.

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