Jornal de Angola

Verstappen forma dupla com Gasly

- Altino Vieira Dias

A Red Bull, a par da Mercedes e da Force India, está entre as equipas que mais teve problemas com a sua dupla de pilotos, depois da monumental equipa McLaren. Nos anos 80, esta teve a dupla de pilotos formada pelo francês Alain Prost “O Professor” e o brasileiro Ayrton Senna “Rei do Piso Molhado”.

Esta dupla foi considerad­a por muitos como a mais monumental, a mais referida, a mais demolidora, a mais competitiv­a que a Fórmula 1 já teve, pois a rivalidade entre Prost e Senna chegou a acontecer mesmo estando em equipas diferentes.

Em 2010, 2011, 2012 e 2013, o alemão Sebastian Vettel venceu os quatro e únicos títulos da Red Bull, nessa altura fazia dupla com o australian­o Mar Beber, e tiveram inúmeras desavenças em pista. Para os adeptos da teoria da conspiraçã­o, Vettel foi o 'causador' da retirada prematura do australian­o.

Com a saída do australian­o Beber, entrou outro australian­o em 2014, Daniel Ricardo, que teve uma estreia na equipa muito destemida, pois o recém-chegado à escudaria Red Bull não ficou nem um pouco assustado com o “curriculum intimidado­r” de Vettel, teve uma luta escaldante com este, esfolandoo sem piedade.

“Web” não teve capacidade de resposta, pois Ricciardo conseguiu somar 3 vitórias contra nenhuma dele e, perante tal humilhação, o alemão rumou para a Ferrari no ano seguinte (2015).

Esta saída de Vettel deu lugar à outra dupla de pilotos formada por Daniel Ricciardo e o russo Daniil Kvyat, que fizeram um campeonato muito apagado. Com as constantes faltas de consistênc­ia do piloto russo, a equipa despromove­u-o para a equipa Jr (Toro Rosso) e deu o seu lugar ao holandês Max Verstappen. Olha que a mudança veio mesmo a calhar, pois na sua primeira corrida pela Red Bull, Max obteve a primeira vitória na carreira.

Max e Ricciardo têm tido muitos problemas na equipa, o que por vezes faz lembrar o clima turbulento vivido na era Hamilton e Rosberg, na Mercedes.

O mesmo estava e está a acontecer na Force India entre o francês Esteban Ocon e o mexicano Sergio Perez, o mais recente foi no Grande Prémio de Singapura realizado no circuito de Marina Bay.

Com a saída de Ricciardo para a Renault, a Red Bull vai enfrentar duas mudanças, tal como a McLaren em 2018, mudando de propulsor (de HondaparaR­enault);em2019, a Red Bull também irá trocar de propulsor, a diferença entre ela e a McLaren é que será de Renault para Honda. Com o fim do casamento com os “R e R” (Renault e Ricciardo) e a chegadadof­rancêsPier­riGasly, a equipa poderá experiment­ar uma nova, mas terceira “carnificin­a” da sua dupla de pilotos, pois se no passado tivemos Webber e Vettel, no presente Ricciardo e Verstappen, no futuro poderemos ter Verstappen e Gasly, dois pilotos muito jovens e promissore­s que desejam superar-se um ao outro, mas que poderão trazer inúmeras dores de cabeça à Red Bull e a outras equipas.

Max é visto por todos como um verdadeiro campeão em potência, talentoso, rápido, agressivo e destemido, atributos que muitas equipas gostariam de ter nos seus pilotos. Já Gasly, ainda tem muito para provar, mas será que ele não se inspirará em pilotos como Lewis Hamilton e Daniel Ricciardo que tinham colegas “carnívoros” (Fernando Alonso e Sebasttian Vettel) com um curriculum assustador e não se deixaram intimidar com o mesmo, batendo os seus colegas. Mesmo sendo a sua primeira temporada, Gasly está à frente do seu colega de equipa Marco Ericson, da Sauber Alfa Romeo.

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