Mundo busca tecnologias para um turismo sustentável
A queda de 12 mil milhões de Kwanzas (36,3 milhões de euros), em 2016, para 10 mil milhões (30,3 milhões de euros), no ano passado, nas receitas do turismo em Angola é um mau precedente para o sector, embora a tendência geral seja para atribuir esse decréscimo à “precária situação económica” que o país atravessa, como o fez, em declarações ao Jornal de Angola, o director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatísticas (GEPE) do Ministério da Hotelaria e Turismo de Angola, Mário dos Santos.
O responsável, que adiantou ter metade desse valor sido atingido no primeiro semestre deste ano - o que pode indiciar algum crescimento em 2018 -, afirmou que o sector do Turismo em Angola representa 3,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e que o facto obrigou o Ministério da Hotelaria e Turismo a estabelecer uma agenda com outros parceiros, para impedir que o número de entradas continue a retroceder.
Em 2017, entraram em Angola 260.961 turistas, menos que os 397.485 registados em 2016. Segundo o Ministério da Hotelaria e Turismo, só há entrada de turistas no país se se tornarem “verdadeiramente operacionais” as infra-estruturas hoteleiras, estradas, transportes, segurança, saneamento, energia e águas, uma vez que só assim se “fortalecerá a indústria e a economia do turismo”. As províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Huambo e Cabinda são as que mais receberam turistas, que são, sobretudo, provenientes da África do Sul, Namíbia e República Democrática do Congo (RDC).
Os dados revelados por Mário dos Santos conferem com os mencionados este mês pelo director do Gabinete de Estudos de Planeamentos Estatísticos do Ministério do Turismo, Mauro Jacob Luís, em entrevista à Angop. O responsável disse também que, nos últimos quatro anos, o desenvolvimento do sector turístico sofreu com a influência negativa da desaceleração da economia ao nível internacional, que gerou, entre nós, a contracção da actividade económica, o aumento exponencial das taxas de inflação, degradação dos indicadores do sector fiscal e a redução significativa das reservas internacionais líquidas.
O director do Gabinete de Estudos de Planeamentos Estatísticos do Ministério do Turismo afirmou que essa situação fez com que as metas do sector preconizadas no Plano Nacional de Desenvolvimento (2013/2017) não fossem alcançadas, atendendo ao facto de se ter registado uma forte redução na entrada de turistas (33%) em 2017 face ao ano anterior.
Nesse período, isto é, de 2013 a 2017, o número de pessoas empregadas no sector caiu em 15 por cento, o investimento em novas unidades retraiu-se em 34 por cento, tendo em 2017 se registado o surgimento de 18 novas unidades e 936 quartos.
Mauro Jacob Luís disse ainda que a taxa média de ocupação das unidades hoteleiras do país passou de 40,76 por cento, em 2016, para 36, 22 por cento em 2017.