Japão busca aproximação com a Coreia do Norte
O primeiro-ministro japonês disse ontem estar disponível para se encontrar com o líder da Coreia do Norte, na sequência da cimeira histórica entre Kim Jong-un e o Presidente norte-americano, Donald Trump, em Junho passado.
No discurso proferido na assembleia geral da ONU, Shinzo Abe, que defendeu durante muito tempo uma linha dura em relação às autoridades de Pyongyang, garantiu estar pronto para “um novo início”, o que poderá ser traduzido por um encontro com Kim Jong-un.
A “Coreia do Norte encontra-se numa encruzilhada na qual pode aproveitar, ou não, esta oportunidade histórica”, disse.
Abe afirmou esperar “acabar com a desconfiança mútua em relação à Coreia do Norte, começar de novo e reunir-se frente-a-frente com o líder Kim.”
Apesar de “nada estar decidido”, o primeiro-ministro japonês mostrou-se confiante de que será “realizada uma” reunião de alto nível entre o Japão e a Coreia do Norte na qual será abordada “a questão dos raptos.”
Em Março, Tóquio propôs a Pyongyang a realização de uma reunião entre Kim e Abe. O primeiro-ministro japonês não participou em nenhuma das cimeiras realizadas este ano, no âmbito do processo de abertura com a Coreia do Norte, entre Kim Jong-un e os Presidentes dos Estados Unidos, da China e da Coreia do Sul.
Para Tóquio, o encontro seria centrado na desnuclearização norte-coreana e nos raptos de japoneses perpetrados há décadas por Pyongyang.
Os dois países realizaram duas cimeiras em 2002 e 2004, na capital norte-coreana.
Nestes encontros, a Coreia do Norte admitiu ter raptado 13 japoneses nos anos de 1970 e 1980 do século passado. Cinco conseguiram regressar ao Japão.