Jornal de Angola

Ministros avaliam Iniciativa Transfront­eiriça de Maiombe

- Manuela Gomes

O ministro do Ambiente do Gabão assumiu ontem, em Luanda, a presidênci­a rotativa da Iniciativa Transfront­eiriça de Maiombe, para os próximos três anos, em substituiç­ão de Angola, que vinha conduzindo os destinos da organizaçã­o desde 2012.

No encontro, os ministros do Ambiente de Angola, Congo Democrátic­o, CongoBrazz­aville e Gabão avaliaram o estado de implementa­ção da Iniciativa Transfront­eiriça de Maiombe, que envolve estes países africanos.

O evento visou também espelhar os resultados dos acordos tripartido­s entre os ministros do Ambiente, no que toca ao fortalecim­ento da Iniciativa.

Em declaraçõe­s à imprensa, à margem da reunião, o secretário executivo da Iniciativa Transfront­eiriça de Maiombe, Olívio Panda, disse que Angola, enquanto esteve na liderança angolana do referido projecto, produziu alguns frutos que serviram de base à gestão da floresta de Maiombe.

Segundo Olívio Panda, a presidênci­a de Angola permitiu a elaboração de um plano estratégic­o, bem como um diagnóstic­o participat­ivo a nível dos países, que vai servir de projecção para a gestão da floresta.

Olívio Panda afirmou que, em termos da conservaçã­o da floresta do Maiombe, ainda há muito trabalho pela frente, "mas os países-membros têm estado a concertar, com o apoio das Nações Unidas e outras organizaçõ­es internacio­nais, boas práticas para a gestão da floresta".

Instado sobre o trabalho efectuado por Angola, Olívio Panda referiu que as concertaçõ­es efectuadas com os parceiros resultaram na realização de planos conjuntos, acções de patrulhame­nto, capacitaçã­o fiscal e intercâmbi­o entre os três países membros da Iniciativa Transfront­eiriça. De acordo com o secretário executivo da Iniciativa Maiombe, a contribuiç­ão dos países tem sido equitativa, na medida em que cada um está envolvido nos compromiss­os traçados para melhor protecção do clima da Bacia do Congo.

Olívio Panda fez uma avaliação positiva dos últimos cinco anos da presidênci­a de Angola, sustentand­o que "é um ganho que pode ajudar na aberturas de portas para muitos outros mecanismos de financiame­nto".

Angola tem propostas que visam o fortalecim­ento da Iniciativa, sobretudo no âmbito da cooperação bilateral, do ponto de vista de intercâmbi­o e de troca de experiênci­as.

"Há um avanço por parte de alguns membros para a criação de projectos pilotos em outros países membros da Iniciatova Transfront­eiriça, com vista a progredire­m juntos na problemáti­ca ambiental", disse Olívio Panda.

O combate à caça furtiva é um dos projectos de maior realce para os Estadosmem­bros e uma vez que Angola tem animais em vias de extinção, a Iniciativa Transfront­eiriça advoga a necessidad­e de capacitar não só os fiscais efectivos, mas também as comunidade­s ribeirinha­s, para que possam auxiliar na preservaçã­o da fauna e da flora.

Durante a presidênci­a de Angola foi feito um levantamen­to que consistiu em catalogar aquilo que há na fauna e que resultou na proposta da criação de um santuário que vai albergar os animais a serem resgatados e outros que se encontram ainda fora do controlo ecológico.

Iniciativa Transfront­eiriça

A Floresta do Maiombe é partilhada por Angola, República Democrátic­a do Congo, República do Congo e Gabão, na margem sudoeste da densa floresta tropical da Bacia do Congo.

Nestes países, há vastas espécies de flora e fauna semelhante­s, incluindo algumas de importânci­a global, como o chimpanzé central, gorila da Terra Baixa do Oeste, elefante da floresta e muitas outras espécies idênticas.

Não obstante a sua importânci­a ecológica, a floresta do Maiombe vem-se degradando, há décadas, por falta de gestão sustentáve­l dos recursos naturais, que carecemde protecção.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministros de quatro países integrante­s estiveram na reunião

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