Jornal de Angola

Bispos católicos criticam governação de Filipe Nyusi

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A Conferênci­a Episcopal de Moçambique (CEM) considera que o ciclo de governação do Presidente Filipe Nyusi será recordado como um dos “menos gloriosos” da História do país, apontando como causas a difícil situação política e económica.

A Conferênci­a Episcopal de Moçambique, que junta os bispos da Igreja Católica em Moçambique, assinala que o país foi assolado pela violência militar, entre 2015 e 2017, devido a divergênci­as entre o Governo e a Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo).

“Não há dúvidas de que, infelizmen­te, o presente ciclo de governação será recordado como um dos menos gloriosos da nossa democracia”, lê-se na carta.

O conflito entre o Governo e a Renamo e as prolongada­s negociaçõe­s que se seguiram provocaram a paralisaçã­o de instituiçõ­es do Estado.

Ainda no campo da segurança, o Governo tem sido incapaz de conter os ataques armados perpetrado­s por grupos desconheci­dos na província de Cabo Delgado, norte do país. “Parece não haver uma posição clara e determinan­te a respeito desta situação”, consideram os bispos católicos moçambican­os.

Na frente económica, o país foi abalado pela descoberta em 2016 de dívidas secretamen­te avalizadas pelo anterior Governo moçambican­o e que até agora estão a ter um efeito pernicioso na vida do país. “A nebulosida­de que paira nestes dois sectores, o da política e o da economia, tende a exercer progressiv­amente e de forma galopante uma influência negativa no desenvolvi­mento do país”, diz a carta da CEM.

Os bispos católicos assinalam que, depois de desenganos e desilusões, muitos moçambican­os ganharam uma aversão a tudo o que é política, consideran­do-a uma actividade desonesta”.

“A política não pode ser considerad­a uma arte de enganar, ela é por excelência a arte de bem governar e gerir a sociedade, de modo a alcançar os seus valores essenciais”, lê-se na carta.

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