Detectados mais de cinquenta certificados falsos
Associações de estudantes universitários preocupadas com a morosidade verificada no processo de reconhecimento dos diplomas e certificados
O Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES) detectou, este ano, 55 certificados falsos, que já foram remetidos à ProcuradoriaGeral da República e ao Serviço de Investigação Criminal (SIC).
O director-geral do instituto, Jesus Tomé, que falava à margem de uma reunião entre o INAGBE, INAAREES e associações de estudantes universitários, disse que, por falta de verbas para a criação de estruturas físicas, a instituição vai optar, ainda este ano, pela descentralização tecnológica.
Para evitar deslocações das pessoas de outras províncias para a cidade de Luanda, o INAAREES pretende instalar nos espaços do SIAC sistemas informáticos, já avaliados pelo Ministério das Telecomunicações e Tecnologia de Informação. Jesus Tomé revelou que o INAAREEES necessita de 102 funcionários, para “fazer face à procura registada todos os dias”, uma vez que apenas tem 27 funcionários, cinco dos quais especialistas em informática.
Os diplomas e certificados de técnicos superiores formados no exterior são enviados para os países onde estudaram, para a comprovação da sua autenticidade, antes de serem reconhecidos pelo INAAREES.
Morosidade na resposta
Os quadros formados na República Democrática do Congo são os que mais vêem os seus documentos reconhecidos com muito atraso, devido à morosidade na resposta das instituições do país vizinho.
“As instituições de ensino da República Democrática do Congo são as que apresentam mais dificuldades para a comprovação dos certificados”, disse Jesus Tomé, admitindo que a situação se deva à instabilidade naquele país.
Jesus Tomé afirmou que a morosidade no reconhecimento do estudo é relativa, por haver processos resolvidos dentro dos prazos estabelecidos.
“Oitenta por cento dos processos são resolvidos em tempo oportuno”, garantiu Jesus Tomé, acentuando que o quadro do pessoal é bastante insuficiente para atender mais de três dezenas de pessoas que, diariamente, se dirigem ao INAAREES.
Na reunião de ontem, os estudantes apresentaram, entre as várias preocupações, a lentidão na afixação das listas dos candidatos apurados para bolsas de estudo.
A directora do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE), Ana Paula Elias, sublinhou que o encontro serviu para interagir e reforçar o nível de diálogo com as associações de estudantes.
“Atravessamos uma fase de grandes desafios para o país, particularmente no que se refere à adopção de políticas que sustentem a melhoria da qualidade do ensino superior e a promoção da cultura do mérito”, observou a responsável.
Pagamento aos bolseiros
Ana Paula Elias garantiu, no encontro, que os pagamentos aos bolseiros no exterior foram feitos na maior parte dos países até ao mês de Julho, e alguns já foram efectuados até Agosto.
A directora do INAGBE sublinhou que os atrasos no pagamento têm a ver com a indisponibilidade de divisas, o que não acontece com os bolseiros internos que já estão a receber os subsídios referentes aos meses de Agosto e Setembro.
“Os bolseiros internos que não transitam de classe perdem automaticamente a bolsa de estudo”, lembrou Ana Paula Elias, afirmando que, para as bolsas internas, o candidato deve ter até 25 anos, e, para as externas, 22 anos e uma média não inferior a 14 valores.