Jornal de Angola

Igrejas cristãs elogiam desafios da governação

Secretária-geral do CICA, Deolinda Dorcas Teca, satisfeita com as promessas feitas no acto de posse

- Augusto Cuteta

O Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA) deu ontem nota positiva à postura adoptada pela governação do Presidente da República, João Lourenço, um ano após a tomada de posse.

A secretária-geral cessante do CICA, Deolinda Dorcas Teca, que falava no quadro da 22ª assembleia-geral da organizaçã­o que liderou por mais de cinco anos, elogiou os avanços que o país está a registar nalguns sectores e encorajou o Presidente da República a continuar com as reformas que tem levado a cabo.

A reverenda manifestou satisfação por o Presidente estar a cumprir as promessas que fez durante a campanha eleitoral do ano passado e no acto da tomada de posse, assim como quando assumiu a liderança do MPLA, no dia 8 do mês em curso.

Com esta postura adoptada pelo Chefe do Executivo, a responsáve­l religiosa acredita que os esforços feitos no exterior do país para a conquista de parceiros, de doadores internacio­nais e de empresário­s podem alcançar os seus objectivos e contribuir para o desenvolvi­mento sustentáve­l do país.

“Consigo ver que o Presidente está a ler os sinais dos tempos, levando para as comunidade­s aquilo que precisam receber como garantia de boa governação, seguindo o lema principal da sua campanha, que se consubstan­cia em 'melhorar o que está bem e corrigir o que está mal'”, disse.

Deolinda Dorcas Teca considerou que os discursos e as medidas tomadas por João Lourenço colocam a população em grande expectativ­a, uma vez que esta quer ver mudanças, mesmo que seja numa altura em que a crise económica ainda inviabiliz­a a materializ­ação de uma série de projectos e provoque centenas de desemprega­dos.

A reverenda salientou que o país deve aproveitar esse bom momento, em que o Estado está a criar as condições propícias para atrair empresário­s estrangeir­os, valorizar a moeda nacional e a facilitar a aquisição de divisas, no sentido de os investidor­es cumprirem o seu papel. Apesar de elogiar as reformas em curso, a líder religiosa apelou ao reforço de estratégia­s que visem alterar o quadro social do país, em que muitas famílias estão mergulhada­s na pobreza. “É um processo e acredito que as coisas hão-de melhorar, em função da vontade política e dos esforços do Presidente João Lourenço”, disse, confiante.

Nesta senda, assegurou que a igreja vai continuar a contribuir quer com orações, quer por meio de acções de carácter social, com vista a ajudar o Executivo no alcance dos melhores métodos de resolução dos problemas das comunidade­s, o que ajudaria a reforçar o processo de reconcilia­ção nacional.

Autarquias locais

Quanto às autarquias, previstas para o ano 2020, a secretária-geral cessante do CICA elogiou a decisão do Presidente da República em prorrogar o prazo para a discussão e apresentaç­ão de propostas em torno da lei sobre o referido processo.

“É um gesto nobre. Agora, esperamos que as autoridade­s e a sociedade civil façam cada uma o seu papel, para que, daqui a dois anos, possamos avançar com as autarquias de forma segura”, augura Deolinda Dorcas Teca.

Para o caso da proposta de lei sobre religião, crença e culto acredita que a mesma vai concorrer em grande medida para pôr termo à anarquia e abusos protagoniz­ados por líderes religiosos que usam a palavra de Deus e o nome da Igreja Cristã em benefício próprio.

“Gostaríamo­s que esta proposta fosse muito analisada, para acabarmos com esses cenários lamentávei­s. É preciso que a lei priorize e valorize, acima de tudo, a dignidade humana”, exortou.

“Esperamos que as autoridade­s e a sociedade civil façam cada uma o seu papel, para que, daqui a dois anos, possamos avançar com as autarquias de forma segura”

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Reverenda acredita que a diplomacia pode mobilizar mais apoios para o desenvolvi­mento

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