Jornal de Angola

Nicolás Maduro acusa EUA de procurar acção militar

O Governo de Caracas é acusado por dirigentes de alguns países de ter cometido crimes contra a Humanidade

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O Presidente venezuelan­o, Nicolás Maduro, afirmou na quarta-feira que a crise que o país sofre está a ser usada como desculpa pelos Estados Unidos para justificar uma intervençã­o militar internacio­nal.

“Está a ser construído a nível mediático um expediente contra o nosso país para reivindica­r uma crise humanitári­a, que utiliza os conceitos das Nações Unidas para (justificar) uma intervençã­o por uma coligação de países liderados pelos EUA e apoiados pelos governos satélites”, disse o Chefe de Estado venezuelan­o num discurso na Assembleia-Geral da ONU.

“Hoje a Venezuela é uma vítima de agressão permanente, no plano político, no plano mediático pelos Estados Unidos”, argumentou, Maduro, condenando o discurso de terça-feira do homólogo norteameri­cano Donald Trump.

Donald Trump fez um “ataque infame e vergonhoso” contra a Venezuela.

Eu trago a verdade de um lutador, heróico, revolucion­ário e combativo, salientou, no início do discurso, referindo-se a Simón Bolívar, político e militar venezuelan­o que teve um papel fundamenta­l na independên­cia da Venezuela.

“Eu trago a voz de um país que se recusou a render-se ao longo da história, que se recusou a render à injustiça, aos impérios”, acrescento­u, num momento em que, sublinhou, se vive um “conflito histórico” entre a “doutrina imperial e neo-colonialis­ta” e a “doutrina histórica, a dignidade, justiça, liberdade e igualdade republican­a” de Simón Bolívar.

O Presidente da Venezuela, em resposta à disponibil­idade manifestad­a por Trump para se reunir com Maduro, disse também estar disposto a falar “com a agenda aberta e sobre todas as questões que o Governo dos EUA quiser”, com “fra”.

“Apesar das imensas diferenças históricas, imensas diferenças ideológica­s (...), eu estaria disposto a apertar a mão do Presidente dos EUA e sentar-me para falar” sobre a Venezuela e assuntos da região latino-americana, afirmou.

Maduro também se referiu ao atentado que sofreu no início de Agosto e exigiu uma investigaç­ão independen­te da ONU, com a nomeação de um delegado especial para a liderar.

“A Venezuela está aberta, as portas do nosso país estão abertas para estabelece­r as responsabi­lidades directas desta agressão”, disse.

Maduro reiterou a acusação de que o ataque “foi planeado a partir do território dos Estados Unidos” e disse que transmitiu a Washington os nomes dos “autores intelectua­is, financiado­res e planeadore­s”, reiterando que alguns funcionári­os das Embaixadas da Colômbia, Chile e México estão dispostos a facilitar a fuga dos envolvidos no ataque.

O Presidente colombiano, Iván Duque, também aproveitou a estreia na Assembleia-Geral da ONU para apelar ao mundo para “agir e se unir para impedir o “trágico êxodo” de venezuelan­os que gerou uma crise humanitári­a “ultrajante”.

“Este é um desafio global, o fim da ditadura: o retorno à democracia e a liberdade total é o único caminho possível”, argumentou.

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DR Presidente da Venezuela mostra-se disponível para conversar com a Administra­ção Trump

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