Empresas têm potencial para obter financiamento
O representante residente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) previu que as empresas angolanas têm boas possibilidades que conseguirem financiamentos para os seus projectos no Fórum de Investimento Africano (AIF2018), que se realiza a 8 e 9 de Novembro, em Joanesburgo.
Joseph Ribeiro considerou, ao apresentar o AIF-2018 às empresas angolanas, na quarta-feira, que o fórum constitui uma “oportunidade única” para a implementação rápida dos projectos em África, mas advertiu para os obstáculos estruturais - dos países - que podem embaraçar o acesso aos financiamentos.
O representante do BAD apontou a falta de cumprimento dos acordos e contratos assinados, ausência de rigor técnico dos projectos, falta de transparência nos sistemas financeiros, enquadramento legal e regulatório complexo e ambiente de negócios desapropriados.
O Fórum de Joanesburgo vai mudar a perspectiva do investimento em África, com a introdução de uma forma de trabalho totalmente nova que consiste na abordagem de parceiros globais, um processo que o representante afirmou que pode acelerar o desenvolvimento de África através de rápida implementação de projectos.
Joseph Ribeiro definiu o AIF 2018 como uma plataforma digital agregada a uma base de dados com projectos devidamente elaborados e os perfis de investidores activos em várias partes do mundo, gerando um sistema estruturado para facilitar a realização de negócios.
Serão realizadas sessões privadas para acelerar a conclusão de transacções, enquanto as públicas estarão focadas nos principais sectores de actividade em África.
Acrescentou que o AIF vai ser um mercado 100 por cento transaccional, uma plataforma aberta para conjugar esforços entre instituições multilaterais, sector privado e governos, para melhorar o fluxo de projectos capazes de transformar a África.
A nível mundial, estão disponíveis fundos de cerca de 300 triliões de dólares para o financiamento de projectos em África com o valor mínimo de 30 milhões de dólares, explicou Joseph Ribeiro.
Indicou que o financiamento do desenvolvimento do continente tem de ser uma tarefa colectiva e cooperativa, requerendo parcerias de base alargada com o sector privado. “temos de preencher a lacuna entre o capital disponível e os projectos: o AIF é a nossa resposta”, referiu.
O AIF vai ainda reduzir os custos de intermediação, melhorar a qualidade da informação e documentação do projecto e aumentar o envolvimento activo e produtivo entre os governos africanos e o sector privado, bem com promover práticas empresariais éticas para que o continente cumpra pelo menos 90 por cento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2063.