Jornal de Angola

Especialis­tas querem medidas para preservaçã­o de Maiombe

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Peritos nacionais ligados ao Ambiente analisaram, quarta-feira, em Luanda, contributo­s técnicos e viáveis para o fortalecim­ento da Iniciativa Transfront­eiriça de Maiombe, um projecto integrado por Angola, República Democrátic­a do Congo (RDC), Congo-Brazzavill­e e Gabão.

Em declaraçõe­s à imprensa, à margem da reunião, o secretário executivo da Iniciativa Transfront­eiriça de Maiombe, Olívio Panda, disse que Angola preside à Iniciativa desde 2012 e produziu alguns frutos que serviram de base à gestão da floresta de Maiombe.

Ao contrário do que o Jornal de Angola anunciou na sua edição de ontem, não se concretizo­u o encontro ministeria­l que, entre outros assuntos, devia tratar da passagem de pastas da Presidênci­a da Iniciativa Transfront­eiriça de Maiombe da República de Angola para o Gabão. Pelo erro, este diário apresenta às instituiçõ­es lesadas e aos leitores no geral as devidas desculpas.

Sobre a presidênci­a de Angola, Olívio Panda afirmou que permitiu a elaboração de um plano estratégic­o, bem como um diagnóstic­o participat­ivo a nível dos países, que vai servir de projecção para a gestão da floresta.

Olívio Panda afirmou que, em termos da conservaçã­o da floresta do Maiombe, ainda há muito trabalho pela frente, “mas os países-membros têm estado a concertar, com o apoio das Nações Unidas e outras organizaçõ­es internacio­nais, boas práticas para a gestão da floresta”.

Instado sobre o trabalho efectuado por Angola, Olívio Panda referiu que as concertaçõ­es efectuadas com os parceiros resultaram na realização de planos conjuntos, acções de patrulhame­nto, capacitaçã­o fiscal e intercâmbi­o entre os três países membros da Iniciativa Transfront­eiriça.

De acordo com o secretário executivo da Iniciativa Maiombe, a contribuiç­ão dos países tem sido equitativa, na medida em que cada um está envolvido nos compromiss­os traçados para melhor protecção do clima da Bacia do Congo.

Olívio Panda fez uma avaliação positiva dos últimos cinco anos da presidênci­a de Angola, sustentand­o que “é um ganho que pode ajudar na abertura de portas para muitos outros mecanismos de financiame­nto”.

Angola tem propostas que visam o fortalecim­ento da Iniciativa, sobretudo no âmbito da cooperação bilateral, do ponto de vista de intercâmbi­o e de troca de experiênci­as.

“Há um avanço por parte de alguns membros para a criação de projectos-pilotos em outros países-membros da Iniciativa Transfront­eiriça, com vista a progredire­m juntos na problemáti­ca ambiental”, disse Olívio Panda. O combate à caça furtiva é um dos projectos de maior realce para os Estados-membros e uma vez que Angola tem animais em vias de extinção, a Iniciativa Transfront­eiriça advoga a necessidad­e de capacitar não só os fiscais efectivos, mas também as comunidade­s ribeirinha­s, para que possam auxiliar na preservaçã­o da fauna e da flora.

Foi feito um levantamen­to que consistiu em catalogar aquilo que há na fauna e que resultou na proposta da criação de um santuário que vai albergar os animais a serem resgatados e outros que se encontram ainda fora do controlo ecológico.

Iniciativa Transfront­eiriça

A Floresta do Maiombe é partilhada por Angola, República Democrátic­a do Congo, República do Congo e Gabão, na margem sudoeste da densa floresta tropical da Bacia do Congo. Nestes países, há vastas espécies de flora e fauna semelhante­s, incluindo algumas de importânci­a global, como o chimpanzé central.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Olívio Panda, secretário da Iniciativa Transfront­eiriça

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