Jornal de Angola

Kixicrédit­o disponibil­izou 500 milhões de dólares

Valor representa os empréstimo­s concedidos em 20 anos para financiar abertura e consolidaç­ão de pequenos negócios

- Graciete Mayer

A sociedade de microfinan­ças Kixicrédit­o empregou, nos últimos 20 anos, mais de 500 milhões de dólares no financiame­nto de uns 400 mil projectos, soube o Jornal

de Angola do director da companhia, Joaquim Catinda.

Os financiame­ntos beneficiar­am pequenos negócios dos sectores do comércio e prestação de serviços, afirmou Joaquim Catinda, realçando que a taxa de reembolso foi de 95 por cento até ao ano 2015, com um nível de incumprime­nto na ordem dos 5,00 por cento.

Já nos últimos três anos, o número de devedores subiu de 5,00 para 11 por cento, o que a fonte atribuiu à crise económica e financeira que assolou o país.

A Kixicrédit­o é uma sociedade de microcrédi­to licenciada pelo Banco Nacional de Angola (BNA) em 2008, mas que actua no mercado da microfinan­ças desde 1999, com a execução do programa “Women Enterprise Developmen­t” promovido pela organizaçã­o não-governamen­tal canadiana Developmen­t Workshop (DW), do que resultou a criação do “Sustainabl­e Livellihoo­d Program (SLP)”.

O grosso dos fundos para os empréstimo­s provêm de financiado­res internacio­nais - os chamados veículos de investimen­tos em microfinan­ças (MIV ) -, nomeadamen­te a Agência Espanhola de Cooperação Internacio­nal para o Desenvolvi­mento (AECID), Cooperação Espanhola Internacio­nal para o Desenvolvi­mento (AECID) e Internatio­nal Finance Corporatio­n (IFC), do grupo Banco Mundial.

A sociedade opera em 17 das 18 províncias e conta com mais de 25 mil clientes activos, mais de 60 por cento dos quais são mulheres.

O pacote de produtos disponívei­s para o financiame­nto são o KixiSolidá­rio, KixiSolidá­rio Reforçado, KixiNegóci­o e KixiCasa, com os empréstimo­s - de 200 mil a um milhão de kwanzas a serem concedidos de três e a 12 meses e a taxas de juros de 4,9 por cento.

Potencial de cresciment­o

Segundo o director executivo, actualment­e, a carteira de créditos está estimada em 400 milhões de kwanzas para dois mil projectos mês, o que disse revelar que o microcrédi­to é um poderoso instrument­o de sustentabi­lidade das famílias angolanas.

O responsáve­l perspectiv­a que a actividade de microfinan­ças possa ser uma aliada do Executivo no combate à pobreza, por via de uma inclusão financeira abrangente. “Os bancos já apresentam o microcrédi­to como um serviço a prestar e o BNA apresentas­e mais cooperante com o sector”, afirmou.

Joaquim Catinda disse, por outro lado, que o sector do microcrédi­to precisa de regulament­ação, onde poderiam ser criadas as condições e incentivos para o financiame­nto interno.

Isso, acrescenta, “permitirá alargar os apertados prazos de reembolso que as instituiçõ­es de microcrédi­to têm vivido até ao momento, por factores como a exposição cambial, associada aos constrangi­mentos de licenciame­ntos e reembolso de compromiss­os com credores internacio­nais.”

Com o aumento desses prazos, pode-se reduzir as taxas de juro do crédito aos microempre­endedores, tornando o mercado mais dinâmico e competitiv­o, ao mesmo tempo que se transforma a vida de um maior número de cidadãos, disse Joaquim Catinda.

Fundos para os empréstimo­s provêm de financiado­res internacio­nais como duas agências espanholas de cooperação e a IFC, do Banco Mundial

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ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO | HUÍLA Sociedade está implantada em 17 das 18 províncias e conta com mais de 25 mil clientes activos

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