Construção em argila ganha prémio Kubikus
O Prémio Kubikuz 2018 na categoria “A”, de Habitação Social Urbana, foi quintafeira atribuído pela Imogestin a uma dupla de técnicos angolanos pela utilização de materiais nacionais, incluindo a argila, na edificação de uma vivenda de dois pisos.
O arquitecto Manuel Pestana e engenheiro Elísio Mangueira estão ligados ao sector privado e juntaram-se a outra dupla formada por Teka Paulo dos Santos e Deodato Jorge Mariata, da Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto (UAN), que venceu na categoria “B”, de Habitação Social Rural.
Os premiados destacaram-se no uso intensivo de materiais locais em projectos habitacionais, recebendo, cada uma das duplas, um cheque de 2,5 milhões kwanzas, um troféu e certificados. Treze projectos foram submetidos ao concurso realizado para apuramento dos vencedores, sendo sete na categoria de Habitação Social Urbana e seis na de Habitação Social Rural, de acordo com declarações da organização.
Manuel Pestana declarou à imprensa, depois da premiação, que o projecto no qual trabalhou tem em conta as dificuldades que o país atravessa na disponibilização de divisas para importar materiais de construção.
O projecto representa uma alternativa a essa limitação, propondo a edificação de habitações com recurso a matéria-prima local como argila e outros materiais, que configuram soluções aceitáveis pela abundância e por não poluírem o ambiente.
A ministra do Ordenamento do Território e Habitação, Ana Paula de Carvalho, lembrou que a crise económica afectou a todos os domínios da vida do país, retirando vitalidade ao imobiliário, registando-se um aumento da procura por moradias. Ana Paula de Carvalho considerou necesà sárias as soluções que tornem as habitações sociais se tornem mais baratas e sustentáveis do ponto de vista do ambiente, com aplicações que, devidamente adopatadas, possam ser aplicadas em habitações socais das zonas urbanas e rurais.
A ministra assinalou que o aumento dos preços dos materiais de construção faz com que as camadas mais desfavorecidas da população vivam em habitações sem as condições desejáveis, o que deixa o país muito longe do alcance do 11.º Objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas.