Pai da emoção exige muitos cuidados
Para agrado de todos, um texto sobre o coração bem podia começar com estes versos do poeta e compositor brasileiro Marcus Lucenna, no poema “A Peleja do Cérebro com o Coração”: “Eu sou o pai da emoção / Da paixão e do amor / Em mim nascem sentimentos, / Esse é meu maior valor / Meu pulsar marca os momentos, / Da vida saiba o senhor”.
Infelizmente, para assinalarmos o Dia Mundial do Coração, temos de dizer que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares matam mais de 17 milhões de pessoas por ano, em todo o mundo. O 29 de Setembro é uma data simbólica que tem por objectivo promover a consciencialização sobre problemas cardiovasculares, factores de risco para a doença, e incentivar a adopção de um estilo de vida mais saudável, bem como cuidados gerais para manter a boa saúde do coração.
Falta de ar, dores como aperto, queima ou pontadas no tórax e formigueiro, são alertas para procurar imediatamente um cardiologista. A literatura especializada aponta que a hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, histórico familiar e problemas na tireoide também estão ligados a problemas cardiovasculares.
A OMS prevê que em 2020 as doenças cardiovasculares nos países desenvolvidos matem cerca de seis milhões de pessoas entre os 30 e os 60 anos, número que nos países em desenvolvimento pode chegar aos 19 milhões.
O poema de Marcus Lucenna com o qual abrimos este texto, além de remeter para um campo mais romântico ao redor do coração, chama atenção para o espírito de rebeldia deste órgão face a outro, o cérebro, também importante para o funcionamento do organismo.
O que se pode entender, ao lermos todos os versos, como este, por exemplo, em que o coração chama a si todo o protagonismo, “Sou músculo e não lhe obedeço / Bato à sua revelia / Se eu parar a vida acaba / Cessa a sua serventia / Reconheço o seu valor / Mas tu, não és o meu guia”, é que, tal como acontece com toda sociedade, para o nosso organismo todos os órgãos têm valor. Vale assim terminar o texto com mais um verso do poema “A Peleja do Cérebro com o Coração”, desta feita com o primeiro a falar: “Te dou essa qualidade / De ti quero a emoção / Quero a sensibilidade / O sonho, o amor, a paixão / Para o homem ser feliz Depois da nossa união / Sinto com toda emoção / Que a discussão chega ao fim / Com a gente se entendendo / E se completando enfim / Porque coração e cérebro / Não são Abel e Caim”.