Jornal de Angola

Ex-director do SIC na Huíla está detido

- Arão Martins | Lubango

O ex-director do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) na província da Huíla, superinten­dente-chefe Amadeu Suana, foi detido na noite de sexta-feira, na cidade do Lubango, acusado de vender carros roubados.

Segundo uma fonte da Procurador­ia-Geral da República junto do SIC, que preferiu o anonimato, o antigo director provincial foi detido preventiva­mente, por mandado de captura emitido pela PGR.

A fonte do Jornal de Angola disse que contra Amadeu Suana pesa ainda o facto de estar indiciado em crimes de peculato, associação criminosa e falsificaç­ão de documentos. “Depois de aparecer como declarante no primeiro processo de desvio de combustíve­l, onde envolveu o director adjunto e mais dois oficiais do SIC, condenados a 12 anos de prisão, o antigo director foi constituíd­o arguido no segundo processo do mesmo caso”, esclareceu a mesma fonte.

O ex-director provincial adjunto do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) na Huíla, superinten­dente Abel Wayaha, foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão pelo Tribunal Provincial, pelo crime de peculato e corrupção passiva, no caso de desvio de combustíve­is.

Na sentença, apresentad­a pelo juiz Kisoka Nziku, também foi condenado pelo mesmo crime Adão Domingos António, chefe de Operações do SIC na Huíla, a uma pena de 11 anos e cinco meses de prisão. Victor Duarte, 3.º oficial de operações do SIC, foi condenado a 11 anos de prisão.

Dois dos 29 arguidos foram condenados a dois anos de prisão efectiva e outros dois foram absolvidos, por falta de provas. Os réus Silas Júlio Francisco, Vitorino Afonso, Agostinho Gouveia Ferreira e José Maria Muteka Cassicote foram condenados a 11 anos de prisão. A acção dos condenados resultou em prejuízos ao Estado estimados em 552 milhões e 825 mil kwanzas.

Ainda na sexta-feira, foi detido no Lubango o director do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa (GCII) do Governo Provincial da Huíla, Jaime Lombe, por alegado desvio de 30 milhões de kwanzas em 2015. Os valores em causa haviam sido alocados pelo Estado para cobrir os gastos dos projectos da área de Comunicaçã­o do Governo provincial, com a produção de publicação em suporte digital, reorganiza­ção da biblioteca e anúncios publicitár­ios, entre outros.

O arguido foi antes ouvido pelo procurador-geral da República junto do SIC da Huíla, Adão Nascimento, para o esclarecer dos factos da acusação, uma conversa que se prolongou até às 21 horas.

A nível do Governo da Huíla, estão detidos, por alegado desvio de 200 milhões de kwanzas destinados à compra de 22 laboratóri­os para escolas, o director da Educação, Américo Chicote, e o ex-delegado das Finanças, Sousa Dala.

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