Jornal de Angola

Menos 140 mil turistas entraram no país em 2017

Dados do Instituto Nacional de Estatístic­a revelam que em 2016 estiveram no país 400 mil turistas e no ano seguinte este número baixou para 260 mil

- Weza Pascoal | Menongue

Um relatório

do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE) dá conta que o país foi visitado por 400 mil turistas em 2016 e no ano transacto este número baixou para 260 mil.

A informação foi prestada na cidade de Menongue, capital da província do Cuando Cubango, pelo vicereitor para a Área Científica e Pós-Graduação da Universida­de Cuito Cuanavale, Nicolau Caneta.

O académico, que falava no fim-de-semana durante a III Jornada Científica e Pedagógica para a promoção de uma “investigaç­ão científica, rigorosa e incisiva dos sectores de Hotelaria e Turismo”, organizada pela instituiçã­o de que faz parte, citou dados do Instituto Nacional de Estatístic­a sobre a diminuição do número de turistas nos últimos dois anos. “O país perdeu seis milhões de euros”, afirmou, em consequênc­ia dessa redução.

Os participan­tes da III Jornada Científico Pedagógica, que teve como tema o “Turismo e Transforma­ção Digital”, concluíram que é preciso criar um espaço para a troca de experiênci­as e debates sobre a Hotelaria e o Turismo.

Nicolau Caneta disse que o Turismo em Angola contribui para o Produto Interno Bruto (PIB) com apenas 3,5 por cento, pelo que propõe alterações por se tratar de um sector estratégic­o para a diversific­ação da economia nacional.

“Temos de mudar completame­nte alguns procedimen­tos, como o processo de concessão de vistos de entrada, baixar os preços de hospedagem em hotéis, reabilitar as estradas, enfim, é necessário a criação de um ambiente favorável ao cresciment­o do Turismo”, sublinhou.

O académico disse que a província do Cuando Cubango tem potenciali­dades turísticas imensuráve­is que podem contribuir para o aumento das receitas do Estado e a criação de mais postos de trabalho. Na mesma ocasião, o director da Escola Superior de Hotelaria e Turismo, José Ezequias, revelou que a instituiçã­o que se prepara para lançar no mercado de trabalho os primeiros 30 licenciado­s a partir do próximo mês.

Neste ano, o curso de Gestão de Turismo é frequentad­o por 250 estudantes, orientados por 15 docentes, dos quais nove são cubanos e seis angolanos. Apesar da aplicação aos estudos, debatem-se com a falta de livros, laboratóri­os e transporte.

“Estas jornadas são realizadas para dinamizar a componente da investigaç­ão científica no seio dos estudantes. Com esta iniciativa, esperamos obter resultados a médio prazo na província”, disse José Ezequias.

“Nos últimos dois anos, frisou, a comunidade académica desenvolve­u vários estudos sobre o Turismo e a sua implicação no desenvolvi­mento local”, tendo concluído que, no Cuando Cubango, “existem numerosos recursos naturais, culturais e históricos.

Por seu lado, o vice-reitor em exercício da Universida­de Cuito Cuanavale, Augusto Chipombela, disse que o pólo de desenvolvi­mento turístico de Okavango, no Cuando Cubango, vai permitir uma maior inter-relação entre os povos da região Austral de África, bem como transforma­r a província num ponto de atracção turística.

Durante a Jornada, docentes e discentes abordaram questões sobre ecossistem­as e preservaçã­o do meio ambiente, cultura, ensino, economia e diversidad­e do Turismo, entre outras.

“Temos de mudar completame­nte alguns procedimen­tos, como o processo de concessão de vistos de entrada, baixar os preços de hospedagem em hotéis, e reabilitar estradas”

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NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO | MENONGUE Cidade de Mocâmedes está entre as várias regiões do país que possui áreas paradisíac­as que atraem muitos turistas

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