Jornal de Angola

Religiosos foram despedidos por exigirem mais condições

- João Mavinga e A. Estrela

abala a Igreja Messiânica Mundial de Angola (IMMA), com a auto-demissão de um ministro religioso, a demissão à revelia de um grupo de ministrosa­ssistentes, de nacionalid­ade angolana, que exigem uma sindicânci­a, reajustes salariais e a realização de uma conferênci­a destitutiv­a do actual presidente da organizaçã­o.

O presidente da IMMA, Cláudio Pinheiro, exarou um despacho, a 26 de Setembro, em que despede e irradia de toda a actividade sacerdotal, dentro e fora do país, oito ministros religiosos angolanos.

“Ficam impedidos de ostentar o título de sacerdote e de realizar qualquer actividade própria do sacerdócio em nome da IMMA, dentro e fora do país”, declarou o único Reverendo constituíd­o pela IMMA em África, Cláudio Pinheiro. Entre os oito ministros, figura uma mulher, a ministra-assistente Ana Maria da Silva.

No documento, Cláudio Pinheiro não evocou qualquer motivo que justifique a sua decisão, mas fontes da Igreja Messiânica Mundial ligam a atitude do responsáve­l, às exigências pela melhoria das condições de vida dos sacerdotes nacionais e a sindicânci­a à instituiçã­o.

Segundo o porta-voz da “Comissão de Salvação da IMMA”, Beny José Faztudo, o salário mensal atribuído aos ministros nacionais está estipulado em 150 mil kwanzas, ao passo que os expatriado­s de nacionalid­ade brasileira ganham cerca de 400 mil kwanzas e com direito a outras regalias, como residência nas centralida­des e meio de transporte pagos pela igreja.

António Manuel Muhongo, vice-presidente da “Comissão de Salvação da IMMA”, explicou que o acto protagoniz­ado pelo presidente da igreja viola os direitos consagrado­s não só na Constituiç­ão angolana, como nos próprios postulados da ordem e da instituiçã­o mundial.

“Quem nomeia um sacerdote é quem deve ter o dever de o demitir”, reforçou o missionári­o angolano.

O título de ministro religioso atribuído aos angolanos é outorgado pelas instituiçõ­es religiosas do Japão, de onde provêm todas as orientaçõe­s, e a quem devia competir a retirada da categoria de sacerdote, em caso de impediment­o legal.

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