CARTAS DOS LEITORES
Os nossos "cérebros"
Agora que o país caminha para a correcção do que está mal, convém que se preste especial atenção à meritocracia. Penso que as pessoas devem ser nomeadas para determinados cargos em função da sua competência profissional e conhecimentos. Tem de se acabar com a nomeação de pessoas que não reúnem condições profissionais nem morais, para exercer cargos públicos. Há pessoas que, mesmo não tendo competência, aceitavam exercer cargos públicos para enriquecerem rápida e ilicitamente. Sugiro que se comece a prestar atenção aos quadros superiores que nas universidades se dedicam à investigação científica. Penso que esses quadros podem ser de mais valia para o melhoramento do desempenho daqueles que estão no Governo. Não devemos subestimar quadros de elevada competência que ensinam nas nossas melhores universidades. Eles são conhecidos e, curiosamente, foram professores de vários membros do Governo. Temos de acarinhar os nossos melhores quadros, em vez de os excluir só porque criticavam isso ou aquilo. O país, quanto a mim, perdeu muito com a exclusão de angolanos, nossos compatriotas, que tinham competências para evitar muitos males. Ainda vamos a tempo de corrigir isso. Temos um novo Governo que está aberto ao diálogo e à crítica. Acredito que muita coisa há-de mudar no nosso país nos próximos tempos. É necessário que se valorizem os nossos melhores quadros mesmo que não pertençam ao partido que está no poder. Muitos angolanos são mais valorizados fora do país do que na sua própria terra. É preciso também que se conheçam os nossos quadros que estão a viver no exterior do país e que estudaram por exemplo em prestigiadas universidades de várias partes do mundo. Todos os angolanos têm o direito e o dever de contribuir para o desenvolvimento do país.
As sucatas
Gostava que as entidades competentes fizessem uma campanha de recolha das sucatas nas várias ruas dos bairros de Luanda. Há ruas secundárias e terciárias que são muito estreitas e que se tornam mais estreitas ainda às sucatas soterradas e abandonadas que tornam a circulação rodoviária menos fluída. Há pessoas que não sabem o que fazer dos seus carros avariados, mas também, ao que parece, não sabem como livrar-se delas. Será que a indústria siderúrgica não precisa de ferro velho para a sua actividade produtiva? Acredito que se os detentores de ferro velho tiverem a possibilidade de o vender, teremos menos sucatas na via pública.
Falência das empresas
Fico triste quando tomo conhecimento de que uma empresa de angolanos foi à falência. A falência de uma empresa afecta muitas famílias. Gostava que nenhuma empresa no país fosse à falência, para que o desemprego baixasse consideravelmente. Espero que os bancos comerciais estejam disponíveis para conceder crédito a empreendedores, a fim destes alavancarem os seus negócios, para bem da economia. Sei que os bancos não gostam de correr muitos riscos, pela natureza da sua actividade, mas penso ser possível ajudar muitos empresários a potenciar a sua actividade, desde que os seus projectos sejam viáveis. Os bancos desempenham também um papel importante no processo de crescimento da economia. Acho que nesta fase em que se quer diversificar a economia, os bancos comerciais deviam ser mais ousados.