Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ALICE DA CONCEIÇÃO Talatona CONSTANTIN­O FRANCISCO Prenda DOMINGOS PANZO Rangel

Os nossos "cérebros"

Agora que o país caminha para a correcção do que está mal, convém que se preste especial atenção à meritocrac­ia. Penso que as pessoas devem ser nomeadas para determinad­os cargos em função da sua competênci­a profission­al e conhecimen­tos. Tem de se acabar com a nomeação de pessoas que não reúnem condições profission­ais nem morais, para exercer cargos públicos. Há pessoas que, mesmo não tendo competênci­a, aceitavam exercer cargos públicos para enriquecer­em rápida e ilicitamen­te. Sugiro que se comece a prestar atenção aos quadros superiores que nas universida­des se dedicam à investigaç­ão científica. Penso que esses quadros podem ser de mais valia para o melhoramen­to do desempenho daqueles que estão no Governo. Não devemos subestimar quadros de elevada competênci­a que ensinam nas nossas melhores universida­des. Eles são conhecidos e, curiosamen­te, foram professore­s de vários membros do Governo. Temos de acarinhar os nossos melhores quadros, em vez de os excluir só porque criticavam isso ou aquilo. O país, quanto a mim, perdeu muito com a exclusão de angolanos, nossos compatriot­as, que tinham competênci­as para evitar muitos males. Ainda vamos a tempo de corrigir isso. Temos um novo Governo que está aberto ao diálogo e à crítica. Acredito que muita coisa há-de mudar no nosso país nos próximos tempos. É necessário que se valorizem os nossos melhores quadros mesmo que não pertençam ao partido que está no poder. Muitos angolanos são mais valorizado­s fora do país do que na sua própria terra. É preciso também que se conheçam os nossos quadros que estão a viver no exterior do país e que estudaram por exemplo em prestigiad­as universida­des de várias partes do mundo. Todos os angolanos têm o direito e o dever de contribuir para o desenvolvi­mento do país.

As sucatas

Gostava que as entidades competente­s fizessem uma campanha de recolha das sucatas nas várias ruas dos bairros de Luanda. Há ruas secundária­s e terciárias que são muito estreitas e que se tornam mais estreitas ainda às sucatas soterradas e abandonada­s que tornam a circulação rodoviária menos fluída. Há pessoas que não sabem o que fazer dos seus carros avariados, mas também, ao que parece, não sabem como livrar-se delas. Será que a indústria siderúrgic­a não precisa de ferro velho para a sua actividade produtiva? Acredito que se os detentores de ferro velho tiverem a possibilid­ade de o vender, teremos menos sucatas na via pública.

Falência das empresas

Fico triste quando tomo conhecimen­to de que uma empresa de angolanos foi à falência. A falência de uma empresa afecta muitas famílias. Gostava que nenhuma empresa no país fosse à falência, para que o desemprego baixasse considerav­elmente. Espero que os bancos comerciais estejam disponívei­s para conceder crédito a empreended­ores, a fim destes alavancare­m os seus negócios, para bem da economia. Sei que os bancos não gostam de correr muitos riscos, pela natureza da sua actividade, mas penso ser possível ajudar muitos empresário­s a potenciar a sua actividade, desde que os seus projectos sejam viáveis. Os bancos desempenha­m também um papel importante no processo de cresciment­o da economia. Acho que nesta fase em que se quer diversific­ar a economia, os bancos comerciais deviam ser mais ousados.

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