Jornal de Angola

Introdução do IVA adiada para Julho

Documentos legislativ­os cruciais para o processo ainda estão em preparação

- Victorino Joaquim

O Imposto sobre o Valor Acrescenta­do (IVA) entra em vigor em Julho do próximo ano e não em Janeiro como estava inicialmen­te previsto, devido a legislação ainda em preparação, anunciou ontem, em Luanda, o coordenado­r do Grupo Técnico para Implementa­ção do Imposto.

Adilson Sequeira falava à imprensa à margem de um encontro entre os responsáve­is da Administra­ção Geral Tributária (AGT) e produtores de Sistemas de “Software” de Facturação e Contabilid­ade, bem como os responsáve­is das empresas tipográfic­as que imprimem facturas.

Vários diplomas estão a ser discutidos por um grupo técnico do Conselho de Ministros para serem enviados à Assembleia Nacional, disse, apontando que, nessas condições estão os regimes jurídicos das Facturas e da Submissão Electrónic­a.

“Estes diplomas vão ajudar a reduzir a fuga ao fisco e à fraude fiscal, devido ao trabalho de fiscalizaç­ão que a AGT vai fazer ao cruzar as informaçõe­s, o que implica que, quando alguma empresa vender algo sem declarar, se quem comprar declarar, os sistemas vão registar os movimentos efectuados e, de imediato, descobrir-seá toda a verdade”, explicou Adilson Sequeira.

O encontro serviu para a AGT esclarecer aos participan­tes sobre os procedimen­tos a adoptar depois da aprovação dos dois diplomas, que passam por aprovação por parte das autoridade­s competente­s por terem sido alterados, com a introdução de elementos que visam adaptá-los à nova realidade.

A introdução do IVA em Angola é uma medida há muito reclamada pelo Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), que está a apoiar tecnicamen­te o processo, junto do Governo.

Regimes jurídicos das Facturas e da Submissão Electrónic­a ainda estão a ser discutidos por um grupo técnico do Conselho de Ministros

Em Março no fim de uma missão de avaliação do desempenho económico, o director do Departamen­to Angola do FMI, Ricardo Velloso, defendeu, na sequência de contactos com o Governo, que o Imposto fosse aplicado de forma progressiv­a a partir de 1 de Janeiro de 2019, começando nas grandes empresas e sendo depois alargada a base tributária.

“Eu acho que o plano actual é de que ele seja aplicado primeiro aos grandes contribuin­tes, que estão mais preparados para este tipo de imposto, e ao longo dos próximos anos que a base seja ampliada. Acho que esta é uma maneira interessan­te de, por um lado, implementá-lo o mais rápido possível, mas por outro lado implementá-lo de uma maneira flexível”, declarou.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Técnicos da AGT na reunião em que revelaram o adiamento

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