Isabel dos Santos retira queixa contra Saturnino
A empresária Isabel dos Santos, ex-presidente da petrolífera Sonangol, disse ontem que retirou a queixacrime num processo de difamação contra o actual Presidente do Conselho de Administração da empresa, Carlos Saturnino.
Num comunicado, a filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos, que a nomeara para a liderança da petrolífera, explica que optou por “não prosseguir” com a queixa-crime por difamação por a opinião pública estar “suficientemente esclarecida quanto à verdade e de estarem restabelecidos os factos”.
“No actual contexto de febre político-mediática, decidi não alimentar mais a controvérsia, especialmente porque, depois de todas as minhas detalhadas explicações, tornou-se bastante claro e evidente para a opinião pública que as acções levadas a cabo por Carlos Saturnino foram deliberadamente mal-intencionadas e cujas alegações são infundadas”, lê-se no documento.
“A minha decisão de não prosseguir com a queixacrime do processo por difamação tem por base o facto de a opinião pública estar suficientemente esclarecida quanto à verdade e de estarem restabelecidos os factos”, acrescentou Isabel dos Santos, nomeada para a liderança da Sonangol em Junho de 2016, na altura com a tarefa de assegurar a reestruturação da petrolífera.
A 28 de Fevereiro, depois de várias acusações de má gestão que atribuiu à empresária, Carlos Saturnino denunciou a existência de uma transferência de 38 milhões de dólares feita pela administração cessante, após a sua exoneração.
“Tomámos posse no dia 16 de Novembro de 2017 e nesse dia, à noite, apercebemos que o administrador que cuidava das finanças na Sonangol, embora tivesse sido exonerado no dia 15, ordenou uma transferência no valor de 38 milhões de dólares para a Matter Business Solution, com sede no Dubai”, acusou.
A 2 de Março deste ano, a PGR abriu um inquérito para apurar as denúncias feitas por Carlos Saturnino. Num comunicado, a PGR indicou então que o inquérito visava “investigar os factos ocorridos, bem como o eventual enquadramento jurídico-criminal dos mesmos”.