Jornal de Angola

Presidente Filipe Nyusi anuncia início da desmilitar­ização da Renamo

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O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, anunciou ontem em Maputo que o processo de desmilitar­ização da Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo) começa amanhã, com a desmobiliz­ação e reintegraç­ão do braço armado do principal partido da oposição.

“Tenho o prazer de anunciar que, como está previsto no memorando de entendimen­to que o Governo assinou com a Renamo, iremos lançar no próximo sábado, dia 6 de Outubro, o início efectivo do processo de desmilitar­ização, desmobiliz­ação e reintegraç­ão”, afirmou Filipe Nyusi, numa declaração à nação sobre o Dia da Paz e da Reconcilia­ção, assinalado ontem em Moçambique.

O Chefe de Estado moçambican­o, que falava a partir da Praça dos Heróis, em Maputo, adiantou que até sábado estarão em Moçambique o chefe da missão que vai dirigir o processo de desarmamen­to da Renamo, o general argentino Javier Perez Aquino, e os peritos militares dos sete países que vão monitoriza­r a operação.

“Até sábado já se encontrarã­o no território nacional todos os peritos solicitado­s para testemunha­r o processo provenient­es da Tanzânia, do Zimbabwe, Estados Unidos da América, Suíça, Alemanha, Noruega, Irlanda e Índia e a eles se juntará o general Javier Aquino, da Argentina, que irá liderar o grupo”, referiu Filipe Nyusi.

O Presidente moçambican­o apelou aos moçambican­os e à comunidade internacio­nal para se empenharem na instauraçã­o de uma paz duradoura, para que o país se concentre na luta contra a pobreza e criação da prosperida­de, pedindo o sucesso da operação.

Filipe Nyusi leu uma mensagem do Papa Francisco em que exorta os moçambican­os a superarem as diferenças e a unirem-se contra os desafios à paz.

O Dia da Paz e da Reconcilia­ção evoca a assinatura do Acordo Geral de Paz entre o Governo moçambican­o e a Renamo a 4 de Outubro de 1992 e que encerrou 16 anos de guerra civil.

A assinatura do acordo não impediu que o país mergulhass­e em ciclos de violência militar, principalm­ente em períodos pós-eleições, devido à contestaçã­o da Renamo aos resultados eleitorais.

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