CARTAS DOS LEITORES
Cuidados com as crianças
Sou residente no Golfe II e leitor assíduo do Jornal de Angola, para mim, o mais completo jornal generalista que temos em Angola. E, por isso, permitam-me endereçar as minhas felicitações a este importante colectivo de trabalhadores. Hoje, abordo a questão das crianças que ficam à guarda de muitas famílias e que muitas vezes acabam por se transformar nas presas mais acessíveis de predadores. Muitos casos de quedas e outros acidentes domésticos, ao lado de abusos de menores, afectando crianças, sucedem com frequência por descuido, negligência e outras práticas dos adultos. Urge reforçar os mecanismos de controlo dos menores a partir de casa, sob controlo de adultos e nunca deixados à sua sorte. Não é recomendável que as crianças tomem conta de crianças iguais, na verdade, uma prática muito usada em muitas comunidades por causa da ausência dupla dos progenitores. Toda a criança carece sempre de acompanhamento permanente ao longo das 24 horas, para que se evitem os acidentes.
Criminalidade nos bairros
Escrevo pela primeira vez para o para falar sobre a criminalidade nos bairros periféricos de Luanda, facto que já se tornou num tema recorrente. Segundo alguns sectores, a criminalidade está controlada e pessoalmente julgo que sim, na medida em que os focos que se registam não são de todo preocupantes ao ponto de colocar a sociedade sob o estado de pânico. A criminalidade tornou-se hoje num tema fracturante na nossa sociedade. Penso que a Polícia Nacional está a fazer um grande trabalho. Hoje já é possível testemunhar a presença dos agentes da polícia nas ruas de bairros periféricos de Luanda, um factor muito importante que ajuda a conter os focos de criminalidade. A sensibilização das populações representa um ponto importante na contenção e controlo desse mal social que, mais do que lutar para erradicar, é preciso sobretudo controlar. Se formos capazes de irmos às raízes do mal, com propostas e mecanismos apropriados para superar as suas causas primárias, muito do que persiste como criminalidade acaba sendo superado. Espero que o actual ambiente de moralização da sociedade sirva para convencer as pessoas que o crime nunca compensa e que FREDERICO PONTES Lobito
Proliferação de seitas
Sou religioso e gostava que no nosso país houvesse mais solidariedade com as pessoas carentes. Sei que há no país pessoas muito ricas que podiam ajudar em grande medida os seus compatriotas que são pobres e que precisam de satisfazer necessidades básicas. Há pessoas ricas que vão todos os domingos à igreja, mas não são capazes de fazerem boas acções em prol das comunidades. Um religioso deve promover o bem comum e ajudar a minorar o sofrimento de muitos seres humanos. Em Angola, muita gente sofre e isso não é segredo para ninguém. Que aqueles que têm muito dinheiro façam alguma coisa para, sob diversas formas, contribuir para que muitos angolanos saiam da pobreza extrema. Tenho lido notícias que dão conta que em muitos países os ricos fazem muitas doações para ajudarem pessoas pobres. Que os nossos angolanos ricos sigam os bons exemplos de solidariedade.