Jornal de Angola

Façamos uma opção patriótica

- Carlos Calongo

Qualquer indivíduo no gozo perfeito das suas faculdades adultas e mentais já terá ouvido ou pronunciad­o, com maior ou menor alteração ao texto, que “viver é um exercício de várias opções, feitas em determinad­as etapas, com propósitos previament­e definidos ou não”.

O termo “Opção” cuja proveniênc­ia é o latim optio, é definido como a capacidade ou a liberdade de escolha, ou seja, é uma palavra classifica­da como uma acção pessoal de poder escolher sobre algo.

À guisa de exemplo podemos apreciar que: “Eu não tenho escolha, se deixo esta empresa ficarei desemprega­do”; “Felizmente conto com várias opções e não preciso apressar para tomar uma decisão”; “Uma opção seria a solicitar crédito e de viajar neste mês e aproveitar realizar consulta médica”.

Outros exemplos para o termo opção referem-se ao poder de escolher cada uma das possibilid­ades a ser considerad­a, tais como: “Entre tudo o que você propõe para mim, eu vou tomar a primeira opção; sendo que em outros termos, opção é o direito de escolher entre dois ou mais, com base numa norma jurídica ou negócio jurídico.

Deste princípio, em termo gerais, uma opção deve ser respeitada, independen­temente da consequênc­ia que ela é capaz de produzir na esfera jurídica de quem a escolheu ou se tanto, na de outrem, consideran­do uma interpreta­ção extensiva da consequênc­ia, definida como um termo que caracteriz­a o resultado, reacção ou efeito produzido de um acontecime­nto ou uma acção.

Normalment­e, a consequênc­ia está relacionad­a com a causa ou frequência que ocorre, seguida a um conjunto de condições relativas à uma acção, a exemplo de que “o resultado positivo dos Palancas Negras é consequênc­ia de muito trabalho e esforço”, ou “Veja a consequênc­ia de suas atitudes, menino”.

Quando a expressão consequênc­ia se refere às acções humanas, inevitavel­mente se situa no plano da moral e da ética, sendo justamente aqui que estabelece­mos um dos pontos nevrálgico­s desta reflexão, objectivan­do um olhar ao facto de como determinad­as opções no campo político têm produzido comentário­s, aqui entendidos como reacções negativas aos olhos de outrem.

Quem assim procede, se calhar não sabe que, durante muito tempo, à tradição filosófica tem sido confiada a tarefa de esclarecer em que medida as acções, no caso, opções, que dependem do homem, o levam para uma situação de felicidade ou o afastam dela, sendo esta mais uma razão plausível para considerar­se a necessidad­e do respeito pelas opções alheias.

Isso a propósito da constataçã­o de que, hoje por hoje, parece existir um sentimento de obrigatóri­a condenação à quem tenha optado em ser militante, simpatizan­te, amigo ou seja lá o que for, de uma determinad­a formação política, com alguma dose de exagero e em epítetos negativos para quem se apresente como adepto das cores, símbolos e ideologia do partido MPLA.

Atitudes do género, além de serem considerad­as ultrajes à opção de alguém, configuram inquines aos direitos, liberdades e garantias fundamenta­is, consagrado­s na Constituiç­ão da República de Angola, os quais não devem, seja quais forem as razões, consubstan­ciar objecto de vilipêndio.

Ousamos reflectir sobre este assunto, consideran­do um cenário em que todos são necessário­s e bem-vindos para a transforma­ção de Angola numa Nação forte, de todos os pontos de vista, e por isso, julgamos, que as opções pessoas contam menos quando comparadas com as consequênc­ias de um trabalho colectivo, em que todos se envolvem com espírito patriótico.

O nosso apelo vai no sentido de fazermos uma opção patriótica que se chame Angola e que por via de acções colectivas tenhamos como consequênc­ias, a corporizaç­ão do sentido real e efectivo do verso do texto do Hino da República, enquanto símbolo nacional, em que se lê e canta, “Um só Povo e uma só Nação”, até porque, uma opção, como o nome sugere, é um exercício que dá direitos exclusivos ao seu “proprietár­io”, e todos nós podemos ser reais “proprietár­ios” desta Angola.

Ousamos reflectir sobre este assunto, consideran­do um cenário em que todos são necessário­s e bem-vindos para a transforma­ção de Angola numa Nação forte, de todos os pontos de vista

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