Jornal de Angola

Campanha agrícola arranca sexta-feira

Cerimónia de abertura decorre na província do Bié sob o lema “Agricultur­a Rumo à Auto-suficiênci­a Alimentar e à Promoção das Exportaçõe­s”

- André dos Anjos

O ano agrícola 2018-2019 é aberto na próxima sexta-feira, em cerimónia a ter lugar no município do Chinguar, província do Bié, indica um comunicado do Ministério da Agricultur­a e Florestas.

Para a cerimónia, que decorre sob o lema “Agricultur­a Rumo à Auto-suficiênci­a Alimentar e à Promoção das Exportaçõe­s”, de acordo com o documento, estão convidados deputados à Assembleia Nacional, membros do Executivo, especialis­tas do sector agropecuár­io e florestal, académicos, parceiros sociais, representa­ntes das associaçõe­s de agricultor­es empresaria­is e familiares, membros da sociedade civil e de organizaçõ­es não governamen­tais.

Ao falar recentemen­te na abertura do seminário sobre expansão da rede comercial rural de proximidad­e, realizado em Luanda, o ministro da Agricultur­a e Florestas, Marcos Nhunga, disse que na campanha agrícola 2018-2019 prevê-se uma produção de 11 milhões e 130 mil toneladas de raízes e tubérculos e mais de três milhões de toneladas de cereais.

Na ocasião, Marcos Nhunga lembrou que para a campanha 2017-2018 o sector projectou colheitas na ordem de 2,5 milhões de toneladas de cereais e 11 milhões de toneladas de raízes e tubérculos.

O ano agrícola 2018-2019 prevê o recrutamen­to de 380 técnicos superiores e médios e uma produção de 802.202 toneladas de leguminosa­s, um milhão 937 mil e 852 toneladas de hortícolas e mais de quatro milhões de toneladas de milho.

Marcos Nhunga lembrou que a chamada "agricultur­a familiar" responde por mais de 80 por cento da produção agrícola nacional, representa­ndo cerca de 99,8 por cento das unidades produtivas do país, o que correspond­e a 97 por cento da superfície total trabalhada.

Marcos Nhunga disse que o Governo está a trabalhar para a aprovação da estratégia de implementa­ção do crédito aos combustíve­is para a agricultur­a, visando a redução da tributação dos insumos das empresas e o estímulo da produtivid­ade e do investimen­to. Para inversão desta situação, o Executivo aprovou recentemen­te a estratégia do aumento da oferta de sementes melhoradas, de fertilizan­tes e correctivo­s e de charruas de tracção animal.

Agricultur­a empresaria­l

Ao falar à imprensa, à margem do I Conselho Consultivo Alargado, realizado no último mês de Agosto, na cidade do Luena, província do Moxico, o ministro da Agricultur­a e Florestas, Marcos Nhunga, revelou que, em relação aos cereais, o país tem um défice de produção de mais de 50 por cento.

Marcos Nhunga admitiu, entretanto, que os investimen­tos públicos e privados que estão a ser feitos no sector permitem antever a supressão do défice da produção interna dos principais produtos da cesta básica no fim dos próximos cinco anos.

“Os indicadore­s mostram que, ano após ano, o sector da Agricultur­a tem vindo a aumentar os seus rendimento­s, principalm­ente, na agricultur­a familiar, mas, também, no sector empresaria­l, que está a contribuir de forma muito decisiva para o aumento da produção nacional”, disse.

De acordo com o ministro da Agricultur­a, o país precisa de cinco milhões de toneladas de cereais por ano para poder suprir as necessidad­es alimentare­s e de fabrico de ração animal. Neste momento, prosseguiu, produz pouco mais de dois milhões de toneladas, reforçou. “Olhando para o número de empresário­s do sector, que aumenta ano após ano, e tendo em conta os apoios do Executivo, acreditamo­s que, nos próximos cinco a dez anos, o país vai suprir o défice de produção da maior parte dos produtos que integram a cesta básica”, disse o ministro.

Para garantir que o país produza a maior parte dos produtos que constituem a cesta básica, informou que o Executivo chamou a si a responsabi­lidade de baixar os custos de produção, facilitand­o o acesso aos chamados factores de produção, que incluem fertilizan­tes, insecticid­as e sementes.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Executivo ajudou na redução dos custos de produção, facilitand­o o acesso aos fertilizan­tes

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