Oftalmologistas espanhóis regressam no próximo ano
A missão médica integrada por mais de 20 técnicos trabalha no Hospital Geral de Luanda onde até sexta-feira faz, pelo menos, mais de 200 cirurgias
Os médicos espanhóis da Fundação Elena Barraquer, que estão em Angola pela quarta vez a fazer, desde segunda-feira, em Luanda, consultas de oftalmologia e cirurgias gratuitas a cataratas, regressam ao país no primeiro trimestre do próximo ano.
A informação foi avançada ontem ao Jornal de Angola por Edson Rosa, membro das instituições Oshen Healthcare e ABO Capital, responsáveis pela vinda a Angola de médicos da fundação espanhola.
Edson Rosa acentuou que o regresso a Angola está previsto para o primeiro trimestre do próximo ano porque os médicos espanhóis têm outras missões a cumprir noutros países africanos.
A uma pergunta sobre os custos suportados pela acção solidária, Edson Rosa disse ser complicado falar de custos, mas disse, a título de exemplo, que uma operação à catarata pode custar cerca de seis mil euros.
Nesta quarta deslocação a Angola, “não é possível a permanência dos médicos por mais tempo, por uma questão de logística e tempo”, acentuou Edson Rosa, que disse ser por este motivo que as operações terminam na sexta-feira, estando a viagem de regresso a Espanha marcada para o final da tarde de sábado, depois de observarem os últimos pacientes.
A equipa, composta por 20 técnicos de saúde, dos quais quatro oftalmologistas, trabalha no Hospital Geral de Luanda, onde vai fazer até sexta-feira mais de 200 cirurgias a cataratas.
O director do hospital, Carlos Zeca, informou que as crianças com menos de dez anos não constituem prioridade para a equipa espanhola por necessitarem de anestesia geral, podendo, nestas condições, a cirurgia durar até uma hora e meia.
A cirurgia feita a adultos dura até 15 minutos, adiantou Carlos Zeca, que confirmou terem sido operadas, até ontem de manhã, cinco crianças.
“O tempo de operação a uma criança que recebe anestesia geral faz demorar o processo e tecnicamente não é viável devido ao tempo estabelecido pela equipa médica”, salientou o gestor hospitalar, acrescentando que uma operação feita com anestesia a uma criança pode prejudicar cinco pacientes.
O processo de inscrição é feito por ordem de chegada, desde domingo. Os que foram operados ontem passaram pela triagem no domingo ou segunda-feira. Até ontem estavam mais de três mil pessoas na lista de espera.
Devido à enchente registada no primeiro dia, a direcção do Hospital Geral de Luanda alterou o método de atendimento. Os pacientes têm de deixar o nome e o número de telefone e esperar a chamadas.
“Estamos a receber todos os pacientes que estão à procura de atendimento”, garantiu Carlos Zeca, que deu ênfase ao facto de estar a ser feito um pré-diagnóstico para a identificação de casos prioritários.
Os 51 pacientes operados na segunda-feira já estão em casa, onde dão continuidade ao tratamento com base nas instruções médicas para a sua recuperação nos próximos dias. Ontem, foram operados mais 50 doentes.