Não chores menina porque hoje é teu dia
As estatísticas referem que as mulheres que vivenciam violência por parte de um parceiro íntimo podem estar 50 por cento mais propensas a serem infectadas com HIV
O 11 de Outubro, o Dia Internacional da Menina, devia ser motivo de alegria por se saber que existem no mundo mais de mil e cem milhões de pequenas mulheres, mas o facto é que, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a cada cinco minutos, uma morre vítima de violência e uma em cada quatro casa-se durante a infância.
A data foi declarada em 2012 pela Organização das Nações Unidas para marcar os progressos realizados na promoção dos direitos de meninas e adolescentes e promover a reflexão sobre as desigualdades de género. Essas desigualdades incluem o acesso e o direito à educação, à nutrição, aos direitos legais e a cuidados médicos, e a protecção contra discriminação, violência e casamento infantil forçado.
Triste é o facto de as meninas não terem os seus direitos assegurados e oportunidades iguais aos dos meninos e jovens do sexo masculino da mesma idade para que tenham um futuro digno, seguro e promissor.
Além das mortes por violência, mais de 60 milhões de meninas não têm acesso à educação no mundo, 750 milhões de meninas e mulheres foram obrigadas a casar antes dos 18 anos e 133 milhões de mulheres e garotas tiveram os órgãos genitais mutilados, a maioria antes de completar 10 anos de idade em África e no Médio Oriente.
Nos países em conflito, 90 por cento das meninas e adolescentes não vão à escola e apenas 52 países declararam o estupro dentro do casamento como crime, o que deixa 2,6 mil milhões de mulheres e meninas sujeitas a essa situação, pelo que 1/3 das adolescentes são forçadas a ter as primeiras práticas sexuais. As meninas são quase três vezes mais propensas a faltar à escola durante desastres do que os meninos.
Juntas, mulheres e crianças, na maioria meninas, constituem mais de três dos refugiados ou deslocados internos por serem mais vulneráveis em tempos de crise, pelo que ela são muitas vezes forçadas a casar como forma de garantir a sua segurança.
Outro dado preocupante é referente aos riscos de contracção do HIV. As estatísticas referem que as mulheres que vivenciam violência por parte de um parceiro íntimo podem estar 50% mais propensas a serem infectadas do que aquelas que não submetidas a esse tratamento e que as adolescentes são mais vulneráveis à violência por parte de um parceiro íntimo do que as mulheres mais velhas.
Estima-se que todas as semanas, 6.900 adolescentes e mulheres jovens entre 15 e 24 anos são infectadas com o vírus, já que apenas uma em cada três possui o conhecimento correcto sobre como se prevenir. Na África Subsaariana, três em cada quatro novas infecções por HIV entre jovens de 15 e 19 anos são entre meninas.