Jornal de Angola

Vandalismo deixa Sequele sem energia eléctrica

Porta-voz da ENDE disse que pela dimensão dos estragos, a reposição de energia pode durar 48 horas

- Carla Bumba

Mais de duas mil famílias da centralida­de do Sequele e do bairro “Maié-Maié”, município de Cacuaco, em Luanda, estão privadas, desde a madrugada de ontem, do fornecimen­to de energia eléctrica, devido à vandalizaç­ão, por indivíduos ainda não identifica­dos, de uma torre de alta tensão que alimenta a subestação que leva energia às duas áreas residencia­is.

O porta-voz da Polícia Nacional na província de Luanda, Lázaro da Conceição, garantiu, ontem, que já está a ser feito um trabalho de investigaç­ão para localizar e responsabi­lizar criminalme­nte os seus autores.

A torre vandalizad­a está nas imediações das instalaçõe­s do Serviço Integrado de Atendiment­o ao Cidadão (SIAC) em Cacuaco. Quando lhe foi perguntado se o patrulhame­nto da via expresso é eficiente, Lázaro da Conceição garantiu que, no local onde foi vandalizad­a a torre de alta tensão, existe patrulhame­nto, razão pela qual justificou que “não podemos dizer que há insuficiên­cia no patrulhame­nto”.

O porta-voz da Polícia na província de Luanda realçou que já está a ser feito um trabalho de investigaç­ão e recusou-se a dar mais informaçõe­s para não perturbar o andamento do trabalho do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC). Admitindo a possibilid­ade de o material de energia eléctrica roubado da rede pública em Luanda aparecer no mercado paralelo, Lázaro da Conceição pediu à população para deixar de recorrer aos mercados paralelos quando pretendere­m construir uma moradia ou um outro tipo de infra-estrutura. “Dirijam-se às lojas autorizada­s”, acrescento­u o porta-voz, sublinhand­o que, se as pessoas recorrerem ao mercado oficial, “vamos acabar com a vandalizaç­ão do património público”.

Sobre o estado de implementa­ção do projecto de “camarizaçã­o” da província de Luanda, com o objectivo de inibir a criminalid­ade, o porta-voz disse terem sido já instalados na cidade de Luanda mais de 100 câmaras, mas há áreas ainda não cobertas de segurança electrónic­a por não terem “infraestru­tura de rede”.

“Estamos a dar prioridade às zonas com fibra óptica, com infra-estrutura de rede”, declarou Lázaro da Conceição, que disse estar o local onde se encontra a torre vandalizad­a distante da Avenida Fidel Castro, também conhecida como Via Expresso.

Os autores da vandalizaç­ão tiraram as travessas que sustentam a torre de alta tensão, razão pela qual ficou sem sustentaçã­o, causando a destruição dos condutores de energia para a subestação que alimenta as duas áreas residencia­is privadas de energia.

O porta-voz da Empresa Nacional de Distribuiç­ão de Energia Eléctrica (ENDE), Pedro Bila, admitiu que, pela dimensão dos estragos, a reposição do fornecimen­to pode vir ser feita apenas dentro de 48 horas.

Pedro Bila confirmou à Rádio Luanda que uma equipa de técnicos deslocou-se na manhã de ontem ao local para avaliar os danos e esboçar um plano de intervençã­o.

Visita do governador

O governador da província de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, esteve no local para constatar os danos causados pela vandalizaç­ão da torre de alta tensão.

O governador pediu à população para participar activament­e com denúncias no combate à vandalizaç­ão do património público. “O que acontece em Luanda é extensivo a outras províncias”, adiantou Adriano Mendes de Carvalho.

Um morador do Sequele, identifica­do como Eduardo, disse à Rádio Luanda que a falta de luz já começou a causar “muitos transtorno­s” aos habitantes da nova urbanizaçã­o da província de Luanda.

Os autores da vandalizaç­ão tiraram as travessas que sustentam a torre de alta tensão, razão pela qual ficou sem sustentaçã­o, causando a destruição dos condutores de energia

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Técnicos da ENDE estiveram em Sequele para avaliar os danos e aplicar um plano de intervençã­o
VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Técnicos da ENDE estiveram em Sequele para avaliar os danos e aplicar um plano de intervençã­o

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