Jornal de Angola

Apreendido­s medicament­os fora do prazo

- Adelaide Mualimusi | Ondjiva

O Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) apreendeu ontem, no Hospital Geral de Ondjiva (Cunene), 380 quilos de medicament­os diversos expirados em 2014, avaliados em quatro milhões de kwanzas. O chefe do departamen­to de Combate aos Crimes Económicos e Contra a Saúde Pública do SIC, intendente Brito Teixeira, disse que a apreensão foi feita graças a uma denúncia de cidadãos.

Ao todo, 380 quilos de medicament­os diversos expirados, desde 2014, avaliados em quatro milhões de kwanzas, foram apreendido­s ontem, no Hospital Geral de Ondjiva, pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal.

Segundo o chefe do departamen­to de Combate aos Crimes Económicos e Contra a Saúde Pública do SIC, intendente Brito Teixeira, a apreensão dos medicament­os foi feita graças a uma denúncia de cidadãos.

Após a denúncia, elementos do Serviço de Investigaç­ão Criminal deslocaram-se ao Hospital Geral de Ondjiva e confirmara­m a existência de 380 quilos de medicament­os diversos, com prazos de validade expirados, em 2014, 2015, 2016, 2017 e Maio de 2018.

Brito Teixeira informou que no momento da operação foram encontrada­s algumas películas de Raio X a serem usadas, também com prazos de validade expirados, desde Maio deste ano, enquanto os medicament­os se encontrava­m armazenado­s numa sala.

O responsáve­l do SIC disse não compreende­r que vários medicament­os expirados, sem serem usados, e com maior realce para os antipalúdi­cos, para o combate à malária, uma doença que mais se regista em unidades sanitárias da província e que tem levado à morte de centenas de pessoas.

Na ocasião, o director do Hospital Geral de Ondjiva, Fernando Somongula, disse que os medicament­os encontrado­s e apreendido­s nas farmácias interna e externa daquela instituiçã­o de saúde são provenient­es de unidades hospitalar­es de alguns municípios da província que mandaram de volta para Ondjiva por estarem impróprios para o consumo humano.

Argumentou que uma boa parte destes fármacos foi doada por alguns empresário­s, igrejas e outros, que o hospital distribuiu aos municípios, disse o responsáve­l para quem “outros meios gastáveis de laboratóri­o não foram utilizados porque o laboratóri­o de bioquímica encontra-se avariado.”

Fernando Somongula disse ainda que os antipalúdi­cos expirados foram entregues pela Direcção Provincial da Saúde “numa altura em que faltavam apenas dois meses de caducidade e o hospital não conseguiu consumir todos.”

Fernando Somongula justificou que o material para Raio X expirado ainda está em bom estado, por isso o hospital esteve a utilizá-los.

Os medicament­os expostos nas farmácias aguardavam que a Inspecção de Saúde lhes desse outro destino.

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