“Operação Transparência” faz detenções em Mavinga
Acção visa a prevenção e o combate à imigração ilegal, bem como à exploração ilícita de diamantes em várias províncias
O Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) no Cuando Cubango deteve 11 cidadãos da República Democrática do Congo (RDC) por exploração ilegal de diamantes, no quadro da “Operação Transparência” em curso no país.
A detenção dos cidadãos estrangeiros aconteceu no município de Mavinga, que dista 400 quilómetros da cidade de Menongue, numa operação que durou uma semana.
Em declarações ao Jornal de Angola, o chefe do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SME, Camilo Teodoro, explicou que os cidadãos são ainda indiciados no crime de permanência ilegal e falsificação de documentos.
Os cidadãos foram encaminhados ao Procurador Geral da República junto do Serviço de Migração e Estrangeiros. O responsável realçou que, no Cuando Cubango, a “Operação Transparência”, que visa a prevenção e combate à imigração ilegal e à exploração ilícita de diamantes, está a ser feita no município de Mavinga, por ser a localidade da província considerada a mais importante zona diamantífera.
Camilo Teodoro disse que, por este facto, o município nos últimos anos também foi invadido por muitos cidadãos estrangeiros em situação ilegal, sobretudo da RDC, para a exploração ilícita de diamantes. Camilo Teodoro referiu que, até agora, nenhum cidadão estrangeiro a viver na condição de imigrante ilegal em Mavinga manifestou o interesse de abandonar voluntariamente o país.
Camilo Teodoro explicou que a “Operação Transparência”, que vai decorrer num período de dois anos, prevê a detenção de mais cidadãos estrangeiros no município de Mavinga, em função da resistência de muitos expatriados ilegais em continuar a explorar diamantes de forma ilegal.
O chefe do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SME indicou que, no âmbito das acções de operação, investigação e fiscalização migratória, foram encaminhados ao SME dois processos de duas empresas, envolvendo 14 cidadãos estrangeiros, sendo nove de nacionalidade israelita e cinco chineses, por infracção às leis migratórias. Na província do Cuando Cubango estão controlados 846 cidadãos estrangeiros, sendo 484 com visto de trabalho, 257 requerentes de asilo, 40 com permanência ao abrigo do visto de trabalho, 33 residentes e 32 refugiados.
Operação em Malanje
A Polícia Nacional encerrou em Malanje, na terça-feira, projectos e cooperativas de exploração ilegal de diamantes no município de Mussende e na comuna de Cassumbi, no Bié, no âmbito da “Operação Transparência”.
Durante a operação, que contou com o apoio de meios aéreos, foi encerrado o projecto de exploração industrial de diamantes de Mucongo, na província do Cuanza-Sul, bem como a cooperativa de Cadichibi, no município de Nharea (Bié).
A operação foi liderada pelo segundo-comandante provincial da Polícia Nacional para a Protecção e Intervenção, subcomissário Pedro Quiambi.
O director-geral da empresa Cadichibi, Ernesto Vieira, disse que explora diamantes através de uma cooperativa semi-industrial desde 2015, de forma legal. “Desde que recebemos uma ordem vinda de Luanda, que mandou parar os trabalhos de exploração, já se passaram duas semanas”, contou Ernesto Vieira, adiantando que a cooperativa tinha 56 trabalhadores, todos nacionais.
Município de Mavinga foi, nos últimos anos, invadido por muitos cidadãos estrangeiros em situação ilegal, sobretudo da República Democrática do Congo, para a exploração ilícita de diamantes