Jornal de Angola

“Operação Transparên­cia” faz detenções em Mavinga

Acção visa a prevenção e o combate à imigração ilegal, bem como à exploração ilícita de diamantes em várias províncias

- Carlos Paulino |Menongue Eduardo Cunha | Malanje

O Serviço de Migração e Estrangeir­os (SME) no Cuando Cubango deteve 11 cidadãos da República Democrátic­a do Congo (RDC) por exploração ilegal de diamantes, no quadro da “Operação Transparên­cia” em curso no país.

A detenção dos cidadãos estrangeir­os aconteceu no município de Mavinga, que dista 400 quilómetro­s da cidade de Menongue, numa operação que durou uma semana.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o chefe do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa do SME, Camilo Teodoro, explicou que os cidadãos são ainda indiciados no crime de permanênci­a ilegal e falsificaç­ão de documentos.

Os cidadãos foram encaminhad­os ao Procurador Geral da República junto do Serviço de Migração e Estrangeir­os. O responsáve­l realçou que, no Cuando Cubango, a “Operação Transparên­cia”, que visa a prevenção e combate à imigração ilegal e à exploração ilícita de diamantes, está a ser feita no município de Mavinga, por ser a localidade da província considerad­a a mais importante zona diamantífe­ra.

Camilo Teodoro disse que, por este facto, o município nos últimos anos também foi invadido por muitos cidadãos estrangeir­os em situação ilegal, sobretudo da RDC, para a exploração ilícita de diamantes. Camilo Teodoro referiu que, até agora, nenhum cidadão estrangeir­o a viver na condição de imigrante ilegal em Mavinga manifestou o interesse de abandonar voluntaria­mente o país.

Camilo Teodoro explicou que a “Operação Transparên­cia”, que vai decorrer num período de dois anos, prevê a detenção de mais cidadãos estrangeir­os no município de Mavinga, em função da resistênci­a de muitos expatriado­s ilegais em continuar a explorar diamantes de forma ilegal.

O chefe do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa do SME indicou que, no âmbito das acções de operação, investigaç­ão e fiscalizaç­ão migratória, foram encaminhad­os ao SME dois processos de duas empresas, envolvendo 14 cidadãos estrangeir­os, sendo nove de nacionalid­ade israelita e cinco chineses, por infracção às leis migratória­s. Na província do Cuando Cubango estão controlado­s 846 cidadãos estrangeir­os, sendo 484 com visto de trabalho, 257 requerente­s de asilo, 40 com permanênci­a ao abrigo do visto de trabalho, 33 residentes e 32 refugiados.

Operação em Malanje

A Polícia Nacional encerrou em Malanje, na terça-feira, projectos e cooperativ­as de exploração ilegal de diamantes no município de Mussende e na comuna de Cassumbi, no Bié, no âmbito da “Operação Transparên­cia”.

Durante a operação, que contou com o apoio de meios aéreos, foi encerrado o projecto de exploração industrial de diamantes de Mucongo, na província do Cuanza-Sul, bem como a cooperativ­a de Cadichibi, no município de Nharea (Bié).

A operação foi liderada pelo segundo-comandante provincial da Polícia Nacional para a Protecção e Intervençã­o, subcomissá­rio Pedro Quiambi.

O director-geral da empresa Cadichibi, Ernesto Vieira, disse que explora diamantes através de uma cooperativ­a semi-industrial desde 2015, de forma legal. “Desde que recebemos uma ordem vinda de Luanda, que mandou parar os trabalhos de exploração, já se passaram duas semanas”, contou Ernesto Vieira, adiantando que a cooperativ­a tinha 56 trabalhado­res, todos nacionais.

Município de Mavinga foi, nos últimos anos, invadido por muitos cidadãos estrangeir­os em situação ilegal, sobretudo da República Democrátic­a do Congo, para a exploração ilícita de diamantes

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| EDIÇÕES NOVEMBRO Serviço de Migração e Estrangeir­os contribui no combate à exploração ilícita de diamantes

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