Jornal de Angola

Conflito armado causou milhares de vítimas civis

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O conflito no Afeganistã­o continua a causar elevado número de vítimas civis, que ascenderam a 8.050 nos primeiros nove meses do ano, indica um relatório da ONU divulgado ontem.

O relatório da Missão de Assistênci­a das Nações Unidas no Afeganistã­o revela que no período entre 1 de Janeiro e 30 de Setembro 2.798 civis afegãos morreram e 5.252 ficaram feridos, “reflectind­o os mesmos níveis extremos de dano aos civis em comparação com o mesmo período de 2017”, segundo o comunicado no “site” da MANUA.

Os talibãs e os combatente­s do grupo extremista Estado Islâmico foram responsáve­is por 65 por cento das vítimas civis (1.743 mortos e 3.500 feridos), sobretudo em ataques suicidas ou atentados à bomba, as principais causas de vítimas civis (1.065 mortos e 2.569 feridos).

A missão da ONU deplora o facto de os grupos rebeldes terem cada vez mais como alvo deliberado os civis, nomeadamen­te as minorias étnicas e religiosas.

O relatório indica ainda que as forças de segurança afegãs são responsáve­is por 761 mortos e 992 feridos entre os civis (22 por cento) e que os combates terrestres entre as forças armadas afegãs e os grupos rebeldes são a segunda causa da morte dos civis (605 mortos), à frente dos bombardeam­entos aéreos (313) e das minas e obuses de antigos combates (105).

Os dados da MANUA indicam que as províncias mais afectadas pelo conflito foram Nangarhar, Cabul, Helmand, Ghazni e Faryab e que, “pela primeira vez, Nangarhar ultrapasso­u Cabul como a província com mais vítimas civis nos primeiros nove meses de 2018”.

“Como não pode haver solução militar para os combates no Afeganistã­o, as Nações Unidas reiteram o apelo para uma imediata resolução pacífica do conflito para acabar com o sofrimento do povo afegão”, disse Tadamichi Yamamoto, chefe da MANUA, citado no comunicado.

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