Jornal de Angola

PERISCÓPIO Mosquito asseado

- Luciano Rocha

Luanda, se para a maioria dos que a habitam é um inferno, para os mosquitos, de quase todas as espécies, tamanhos, feitios, tenham o nome que lhes derem, é um paraíso.

O paludismo continua a ser a principal causa de morte em Angola e a capital, por motivos que saltam à vista de todos - menos daqueles para quem, vivam onde viverem, é sempre paraíso - local onde a doença apenas espanta por não enlutar mais famílias.

O pior é que o abandono a que Luanda está votada não dá mostras de diminuir. Pelo contrário, é cada vez maior, a revelar, a cada instante, o desleixo dos que, a nível distrital, municipal, provincial, tem a obrigação de cuidar dela.

Os resíduos sólidos de toda a espécie, a que se juntam águas putrefacta­s com várias origens, a escorrer pela via pública, as lagoas que hão-de encher, quando a chuva chegar, o capim que atravessou o Cacimbo sem ser cortado ou queimado, tal como as árvores sem poda, são viveiros naturais de mosquitos. Qualquer criança, mesmo com dificuldad­es de aprendizag­em, sabe.

O que a maioria de nós desconheci­a é que a dengue, que já causou vítimas mortais entre nós, é “asseada”, prolifera em águas limpas. Azar do luandense. A par das nauseabund­as, as boas também escorrem pela artérias da cidade a qualquer hora, como rios, com afluentes e tudo.

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