Polícia detém dezenas de líderes sindicais
A polícia do Zimbabwe prendeu dezenas de membros de um sindicato do comércio nas vésperas de uma manifestação programada contra o programa de estabilização financeira, denunciou ontem o grupo local Advogados para os Direitos Humanos.
De acordo com a agência de notícias AP, que cita os advogados, a polícia prendeu dezenas de membros do Congresso dos Sindicatos do Comércio do Zimbabwe em Harare e nas cidades de Mutare e Masvingo.
Havia uma forte presença policial em Harare depois de o Governo ter proibido o protesto, alegando o surto de cólera em curso, mas já foi interposta uma acção judicial para permitir a manifestação.
O grupo de advogadas diz que as detenções são um ataque preventivo contra a manifestação, que pretende protestar contra as “políticas económicas desastrosas”.
Estes acontecimentos surgem na semana a seguir ao ministro das Finanças ter apresentado um programa de estabilização da economia do Zimbabwe.
Na quarta-feira, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) deram 'luz verde' ao plano do Governo para o pagamento de 2,2 mil milhões de dólares em pagamentos atrasados aos credores internacionais, anunciou o ministro das Finanças.
A dívida pública total do Zimbabwe está nos 17 mil milhões de dólares, mas as sanções impostas pelos Estados Unidos podem impedir que o país consiga aceder aos mercados internacionais para lançar a recuperação económica.
Nas previsões para o crescimento económico da África Subsahariana, divulgadas em Nusa Dua, na Indonésia, o FMI prevê que o Zimbabwe cresça 3,6% e 4,2% neste e no próximo ano.
Numa reportagem divulgada na quinta-feira, a AP escreveu sobre filas de horas para comprar gasolina e o aumento rápido dos preços, além de manifestações contra o programa de austeridade delineado pelo ministro das Finanças, um antigo professor da London School of Economics. Sindicalistas opõem-se às medidas económicas do Governo