Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ADOLFO MARTINS Dundo FERNANDO MARTINS Lobito MARIA DE CARVALHO

Futebol e nacionalid­ade

O mundo virou uma aldeia global e, medindo custos e benefícios, em muitas esferas os países são obrigados a optar pelo que vem de fora em detrimento da produção interna. Parece que essa lógica invade muitas outras áreas, sendo a do desporto, mais concretame­nte o futebol, apenas mais uma. Entre a dificuldad­e de produzir bons executante­s e a relativa facilidade de naturaliza­r aqueles que já se encontram a dar cartas no país, parece que a escolha é óbvia. É verdade que, como em tudo, as consequênc­ias do uso de um diamante já lapidado podem revelar-se mais tarde como piores do que a lapidação do diamante. A outra analogia parece ser aquela usada nos processo de integração económica em que os estados optam por importar a preços baixos e compensató­rios produtos que, produzindo internamen­te, teriam custos incomportá­veis. Muitos países venceram grandes competiçõe­s nacionais, regionais e mundiais com uma equipa em que se destacaram nacionais naturaliza­dos. Essa realidade gera muita controvérs­ia na medida em que se trata de um tema fracturant­e, que contribui para dividir a sociedade. Com respeito para os que defendem a não naturaliza­ção como via pelas quais se pode ter na selecção jogadores de valia que o país não possui, defendo que se devem fazer as melhores ponderaçõe­s. Os países devem sempre avaliar o que é melhor para os seus interesses e metas em termos desportivo­s.

Alcoolismo

Sou velho de avançada idade, residente no bairro Caponte, aqui no Lobito, em Benguela. Leio de forma assídua o Jornal de Angola, uma publicação que em minha opinião contribui decisivame­nte para que a nova Angola emerja do actual cenário de dificuldad­es económicas e financeira­s. Em tempos, foi nas páginas deste jornal que li, por exemplo, que o alcoolismo em qualquer dose é sempre prejudicia­l para a saúde humana. Segundo o estudo, publicado nas páginas deste jornal, ao contrário do que muitos defendem, beber álcool mesmo em quantidade­s reduzidas contribui sempre para prejudicar a saúde.

Era bom que esse estudo fosse amplamente divulgado para que as pessoas o lessem e o analisasse­m devidament­e porque, na verdade, bebidas alcoólicas causam muitos problemas. Na nossa sociedade em que, cada vez mais, adolescent­es tendem a ser atraídos para o consumo precoce de álcool, vale a pena investir na sensibiliz­ação das populações para prestarem mais atenção aos membros dos seus agregados familiares, sobretudo adolescent­es e jovens. As más influência­s podem ser contrariad­as por maior presença e autoridade dos familiares junto dos mais novos que tendem a encontrar-se vulnerávei­s. Para terminar, espero que a sociedade tenha outras abordagens quando se trata de consumo de álcool.

Vandalismo de bens

Já muito se escreveu sobre a onda de vandalismo que grassa a sociedade angolana, com particular incidência sobre os grandes aglomerado­s urbanos e periurbano­s. Nos últimos meses, os níveis de vandalismo, furto e roubo de bens públicos não encontra precedente­s e toda a História de Angola. É preciso que se aperte o cerco aos gruposoupe­ssoasqueis­oladamente acabam por atentar contra o Estado do qual todos reclamamos por segurança e outros serviços. A dada altura, ficamos sem perceber muito bem se todos esses actos de vandalismo, furto e roubo se devem somente à extrema pobreza em que se encontram milhares de famílias, se de alguma acção concertada envolvendo nacionais e expatriado­s ou se de mera sabotagem. Qualquer que seja o móbil dessas acções criminosas, urge tomar medidas que podem passar pelo agravament­o das penas que envolvem o vandalismo, furto e roubo de bens públicos.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

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