Londres ameaça com consequências graves
britânico dos Negócios Estrangeiros preveniu as autoridades sauditas que poderão ser alvo de “graves consequências” caso tenham responsabilidades no desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi.
“Caso sejam verdadeiras essas alegações, existirão graves consequências porque a nossa amizade e as nossas parcerias são baseadas em valores comuns”, declarou Jeremy Hunt à agência noticiosa FrancePresse (AFP).
“Se os sauditas pretenderem chegar a uma conclusão satisfatória neste caso, devemos encontrar Khashoggi. Dizem que as acusações não são verdadeiras, mas então onde está Khashoggi?”, prosseguiu o ministro.
Ancara afirma que Khashoggi nunca saiu do edifício do consulado, mas Riade assegura o contrário.
“Estamos extremamente inquietos”, declarou Jeremy Hunt, ao referir que transmitiu a sua “viva preocupação” ao embaixador saudita em Londres e ao ministro dos Negócios Estrangeiros saudita.
“As pessoas que se consideram amigas de longa data da Arábia Saudita consideram tratar-se de um assunto muito, muito grave”, declarou, uma referência aos Estados Unidos que já pediram explicações a Riade. Na quarta-feira, o Presidente norte-americano declarou ter contactado com os sauditas “ao mais alto nível” e, “mais de uma vez”, sobre o desaparecimento do jornalista, que vivia nos Estados Unidos.
“Estamos muito desiludidos a assistir ao que se passa. Não gostamos disso” e “queremos saber o que está a acontecer”, assegurou Donald Trump.
Segundo o jornal Washington Post, os serviços de informações norte-americanos tinham conhecimento de um projecto saudita, que envolveria o príncipe herdeiro Mohammed Ben Salmane, destinado a atrair o jornalista de 59 anos para uma armadilha, com o objectivo de o deter e transportá-lo para o país.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, advertiu ontem que o seu país não vai ficar em silêncio e sem reacção face a este desaparecimento.