Jornal de Angola

África Subsaarian­a cresce 3,8 por cento

-

O Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) estimou quinta-feira que as economias da África Subsaarian­a cresçam 3,1 por cento este ano e 3,8 em 2019, comprovand­o a recuperaçã­o em curso, mas alertou para a necessidad­e de se resolver as “vulnerabil­idades subjacente­s.”

De acordo com o relatório “Perspectiv­as Económicas para a África Subsaarian­a”, divulgado em Nusa Dua, durante os encontros anuais do FMI e do Banco Mundial, na Indonésia, “a recuperaçã­o económica continua a fortalecer-se”, mas as “vulnerabil­idades subjacente­s” às economias africanas “ainda têm de ser decisivame­nte resolvidas para isolar a recuperaçã­o dos riscos crescentes.”

No relatório sobre a África Subsaarian­a, o FMI concentra-se na questão do emprego para os 20 milhões de jovens que todos os anos vão entrar no mercado de trabalho africano e salienta que “as políticas devem focar-se no fortalecim­ento de um cresciment­o maior e mais resiliente, que ajude a criar emprego para uma força de trabalho em expansão.”

Na divulgação do relatório, o director do Departamen­to Africano do FMI vincou que “o cresciment­o deverá melhorar mais para os países exportador­es de petróleo, enquanto os países sem recursos intensivos continuam a crescer significat­ivamente, com vários a registarem cresciment­os de 6,00 por cento ou mais.”

Abebe Aemro Selassie disse que as “vulnerabil­idades subjacente­s” precisam de ser resolvidas e salientou que “apesar de ter havido progressos na redução dos défices orçamentai­s, é preciso mais empenho para aumentar as receitas que sustentam a despesa pública de desenvolvi­mento e para servir a dívida.”

Incerteza política

Alertando que o ambiente económico internacio­nal vai ser marcado “por um período pouco usual de elevada incerteza política com significat­ivos riscos”, Selassie disse que “os desafios relacionad­os com os rápidos avanços na tecnologia e com as mudanças climatéric­as estão a crescer.”

Os governos devem, por isso, implementa­r políticas “que incluam o aprofundam­ento da integração financeira e comercial (incluindo no contexto da Zona de Livre Comércio Continenta­l Africana (ZLEC), a remoção das distorções de mercado, a melhoria da eficiência da despesa pública, a promoção da conectivid­ade digital e um sistema de educação flexível, além da criação de um ambiente que propicie o investimen­to privado e o risco.”

Já na quarta-feira, na apresentaç­ão das Perspectiv­as Económicas Mundiais (World Economic Outlook), o economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, e o director-adjunto do Departamen­to de Pesquisa, Gian MilesiFerr­etti, tinham alertado para o facto de cresciment­os abaixo de 4,00 por cento serem insuficien­tes para acomodar no mercado de trabalho os jovens à procura do primeiro emprego. “A taxa de cresciment­o agregada para o continente está a ser limitada pelo facto de as três maiores economias da região estarem a ter um desempenho abaixo do seu potencial”, acrescento­u Milesi-Ferretti, especifica­ndo que a Nigéria cresce 1,9 por cento, a África do Sul 0,8 e Angola tem uma ligeira recessão de 0,1 por cento, este ano.

“Portanto, o cresciment­o agregado acima de 3,00 por cento este ano e perto de 4,00 no próximo acontece apesar de as maiores economias do continente estarem a ter um mau desempenho, concluiu o director-adjunto do Departamen­to de Pesquisa do FMI na conferênci­a de imprensa deapresent­açãododocu­mento. Director do Departamen­to África do FMI, Abebe Aemro Selassie

 ?? DR ??
DR

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola