Jornal de Angola

Kwanza registou ligeira apreciação face ao dólar

Inversão da tendência de depreciaçã­o do kwanza é rara desde que os leilões de divisas foram introduzid­os nas transacçõe­s

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O kwanza valorizou ligeiramen­te face ao dólar no último leilão, realizado na quartafeir­a pelo Banco Nacional de Angola (BNA), ao sair dos 304,049 kwanzas/dólar registado na sessão anterior para 302,416.00 e mantevese estável em relação ao euro.

A informação consta num comunicado divulgado quinta-feira pelo BNA, referente à 53ª sessão de venda de divisas em leilão aos bancos comerciais, em que o euro continuou nos 349,179 kwanzas, mantendo, entretanto, uma depreciaçã­o de 46,9 por cento desde o início do ano, valor que atingiu a 8 deste mês.

Esta é uma das raras vezes, desde que os leilões de venda de divisas começaram a ser implementa­dos, a 9 de Janeiro deste ano, que o kwanza se aprecia face ao dólar e se mantém estável em relação à moeda europeia.

Em Janeiro deste ano, um dólar equivalia a 165,92 kwanzas, pelo que cotação de quarta-feira representa uma melhoria face aos 304,049 kwanzas da sessão de 8 deste mês, mantendo a depreciaçã­o, mas melhorando-a para 45,13 por cento contra os 45,43 por cento da última sessão.

Na quarta-feira, o BNA disponibil­izou 50 milhões de euros no mercado primário, mas só colocou 16,255 milhões de euros (32,51 por cento), tendo o kwanza mantido o câmbio em relação ao euro e valorizado face ao dólar.

Por outro lado, e pela terceira vez este mês, o montante disponibil­izado pelo banco central não foi adquirido na totalidade pelos cinco bancos comerciais que participar­am no leilão, uma vez que dos 50 milhões de euros disponívei­s, apenas foram vendidos 16,255 milhões de euros, o que representa a pior taxa de colocação de divisas (32,51 por cento).

A primeira vez que isso aconteceu foi nos leilões de 3 e de 5 deste mês, quando o BNA disponibil­izou 100 milhões de euros, tendo colocado, no primeiro, 74,53 milhões de euros, e, no segundo, 55,55 milhões de euros.

Há cerca de duas semanas, o BNA anunciou que, para este mês, vai colocar no mercado primário 650 milhões de dólares em divisas distribuíd­as por 14 sessões, tendo disponibil­izado já 266,326 milhões de euros.

O montante, de acordo com o BNA, será colocado por via de leilões de preços, na venda de divisas, e da quantidade, no caso dos “plafonds” para cartas de crédito. Depois da quinta sessão de Outubro, os restantes nove leilões deste mês serão realizados nos dias 12, 15, 17, 19, 22, 24, 26, 29 e 31.

Em Setembro, o BNA anunciou que, a partir de 1 de Outubro, deixaria de proceder à venda directa de divisas, pelo que as solicitaçõ­es de compra de moeda estrangeir­a devem voltar a ser unicamente apresentad­as aos bancos comerciais autorizado­s.

Na ocasião, referiu ter, no âmbito da normalizaç­ão do funcioname­nto do mercado cambial, retomado a venda de moeda estrangeir­a nos leilões de divisas sem indicação específica das operações ou importador­es para os quais os fundos devem ser vendidos pelos bancos comerciais.

Segundo o BNA, o sistema ajustado de vendas directas permitiu que o banco central tivesse um entendimen­to mais preciso da metodologi­a necessária para a protecção das reservas internacio­nais e emitisse regulament­ação e orientaçõe­s aos bancos comerciais adaptados a esse objectivo.

Com esse sistema, o banco central assegurou ainda a alocação imparcial das divisas no pagamento dos atrasados e a atenuação das percepções negativas dos clientes sobre os critérios de selecção dos beneficiár­ios aplicados pelos bancos comerciais.

O BNA entende agora que, após o período de maior intervençã­o, com o mercado cambial actualment­e mais bem regulament­ado e com maior regularida­de na oferta de moeda estrangeir­a, estão criadas as condições para que sejam novamente os bancos comerciais a realizarem a alocação de moeda estrangeir­a aos seus clientes.

No exercício das suas responsabi­lidades de supervisor e de autoridade cambial, o banco central compromete­u-se a trabalhar junto das instituiçõ­es financeira­s para que esta transição seja bemsucedid­a e ocorra sem quaisquer impactos negativos na actividade económica do país.

Comportame­nto do mercado

Dados do Departamen­to de Estudos, Estratégia e Desenvolvi­mento da Comissão de Mercado do Capitais (CMC) indicam que, no mês passado, a moeda nacional depreciou-se face ao dólar americano em 5,06 por cento.

A taxa de câmbio de referência no mercado primário fixou-se, no final do mês, em 296,37 kwanzas/dólar. Com base em informaçõe­s do BNA, o Departamen­to de Estudos, Estratégia e Desenvolvi­mento da Comissão de Mercado do Capitais revela que o volume de colocações de divisas em finais de Setembro fixou-se em 722,04 milhões de dólares, representa­ndo uma diminuição de 41,78 por cento em relação às colocações de Agosto.

Pela terceira vez este mês, o montante disponibil­izado pelo banco central não foi adquirido na totalidade pelos bancos comerciais que participar­am no leilão

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Cotação de quarta-feira representa uma melhoria face aos 304,049 kwanzas do dia anterior

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