Glaucoma: o ladrão silencioso da visão
É uma doença
progressiva e irreversível. Não tem cura e pode levar à cegueira. Para evitar o pior cenário, há que visitar o médico oftalmologista com regularidade, e prevenir a progressão da patologia. Essa é a forma mais eficaz de detecção precoce. E pode mesmo salvar a sua visão.
É a primeira causa de cegueira não reversível a nível mundial, estimando-se que existam aproximadamente 80 milhões de pessoas com esta patologia. A incidência desta doença aumenta com a idade e em grupos étnicos, atingindo entre 1 a 2% da população mundial.
Os médicos oftalmologistas caracterizam o glaucoma como “o ladrão silencioso da visão”, uma vez que a percepção inicial da patologia é difícil devido “à própria adaptação cerebral, que vai tentando substituir as imagens em falta por ‘cópias’ das imagens próximas – como num roubo valioso – em que as peças roubadas são substituídas por cópias idênticas.
Este fenómeno provoca uma percepção deformada e incompleta da realidade, tornando-se bastante grave, por exemplo, na marcha, causando quedas (uma queixa frequente) ou na condução automóvel”, explica António Rodrigues Figueiredo, oftalmologista e coordenador de Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.
Os sintomas iniciais são muito imperceptíveis, e à medida que a doença progride, vai-se tornando mais grave. O que acontece é que o campo visual sofre “perdas em vários sectores, inicialmente mais periféricos, e por fim, centrais. A patologia vai afectando a visão central e causando as fases terminais da perda de visão”.
A glaucoma é “uma doença do nervo óptico, com alterações características e perda quantificável das células deste nervo, levando à perda progressiva e irreversível do campo de visão e da função visual”.