Jornal de Angola

Ministério da Saúde mantém aposta no diagnóstic­o precoce

- Kilssia Ferreira Rodrigues Cambala

O secretário de Estado para a Saúde Pública, José Vieira Dias da Cunha, insistiu ontem, em Luanda, na necessidad­e de prevenção do cancro da mama através da mudança do estilo de vida e do diagnóstic­o precoce.

O secretário de Estado, que falava na abertura da feira “Outubro Rosa”, a decorrer até hoje, no Largo do Soweto, com o lema “Pela saúde da mulher”, disse que, para o programa de controlo e prevenção do cancro funcionar, o Ministério da Saúde precisa do envolvimen­to de toda a sociedade civil.

Citando dados da Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), o responsáve­l acentuou que, anualmente, 8,8 milhões de pessoas morrem de cancro, a maioria das quais em países de baixo e médio rendimento. Daquele número de mortes, 3,8 milhões são mulheres.

José Vieira Dias da Cunha garantiu que o Executivo vai continuar a trabalhar no reforço da prevenção e controlo, com a melhoria dos serviços de saúde e a disseminaç­ão da mensagem à população de que a prevenção e o diagnóstic­o precoce é a melhor forma de combater o cancro da mama.

O diagnóstic­o tardio torna difícil o tratamento, sendo esta umas das principais preocupaçõ­es do Ministério da Saúde no que diz respeito às doenças cancerígen­as, disse José Vieira Dias da Cunha.

O secretário de Estado lembrou que, nos últimos cincos anos, o Instituto de Controlo do Cancro diagnostic­ou 1.286 novos casos.

A directora nacional de Saúde Pública, Isilda Neves, disse que a escolha do Largo do Soweto teve como objectivo permitir a presença no local de um número expressivo de alunos. A directora nacional de Saúde Pública acentuou que o Executivo está a criar condições para que o programa de controlo do cancro da mama seja executado em todos os hospitais do país, uma estratégia que vai permitir a detecção precoce, a fim de os pacientes receberem o tratamento adequado.

Isilda Neves alertou as mulheres para a importânci­a da prevenção porque o cancro da mama é o mais mortal, principalm­ente nas mulheres.

A feira, organizada pela Direcção Nacional de Saúde Pública, em parceria com a Fundação Mulher Contra o Cancro, pôs à disposição da população vários serviços de saúde. O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação vai publicar, em Novembro, uma lista das instituiçõ­es do ensino superior em situação legal e os respectivo­s cursos, para que a sociedade tenha conhecimen­to dos estabeleci­mentos reconhecid­os, anunciou, ontem, em Luanda, o secretário de Estado do Ensino Superior, Eugénio da Silva.

Eugénio da Silva, que dissertava na palestra sobre “O papel do Provedor de Justiça na defesa dos estudantes na sua relação com as instituiçõ­es de ensino superior”, organizada pela Provedoria de Justiça em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento (PNUD), afirmou que, das 26 instituiçõ­es de ensino superior que solicitara­m o reconhecim­ento este ano, 18 continuam a funcionar de forma ilegal.

Ao abordar a “Gestão Eficiente para o Ensino Superior: Aprendizag­em de Qualidade”, o secretário de Estado do Ensino disse que o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação havia dado uma moratória às referidas universida­des para, no prazo de dez dias, tratarem de toda a documentaç­ão, que já está a ser minuciosam­ente analisada.

“Cada uma destas universida­des tem mais de dez cursos ilegais e alguns não vão ser permitidos (que continuem) por inexistênc­ia de condições nos respectivo­s estabeleci­mentos”, disse, afirmando que, antes da legalizaçã­o, as infraestru­turas e os cursos passam pelo crivo da inspecção. “Algumas universida­des não conseguem ter professore­s com perfis ajustados, porque os promotores olham a universida­de como um negócio e não como um espaço de formação do homem”, explicou, dizendo que essa é uma herança que o actual Governo recebeu da anterior, mas que está a ser resolvida.

O secretário de Estado do Ensino Superior assegurou que, em 2019, não vão existir no país universida­des a funcionar de forma ilegal, nem cursos ministrado­s sem reconhecim­ento das autoridade­s.

Depois de realizar, há dois meses, visitas a instituiçõ­es de ensino superior público, o Ministério do Ensino Superior planificou, nos próximos dias, deslocar-se às instituiçõ­es privadas, para avaliar o grau de funcioname­nto e cumpriment­o das regras impostas pelo Estado.

“A cultura do esquema e ilegalidad­e, felizmente está a acabar”, admitiu Eugénio da Silva, anunciando que está em curso a elaboração de um regulament­o que vai submeter todos os candidatos a testes de admissão antes de ingressare­m na universida­de.

O responsáve­l disse que o ministério nunca recebeu reclamação dos estudantes em relação a taxas e emolumento­s cobrados de forma ilegal para o acesso a provas.

“A inspecção iniciou um trabalho rigoroso de verificaçã­o de matrículas, perfil dos docentes e as condições existentes para cada curso ministrado­s nas universida­des”, disse. O Ministério do Ensino Superior está, igualmente, a elaborar um regulament­o, para a avaliação do desempenho dos docentes, e um outro que vai obrigar todas as instituiçõ­es universitá­rias a disporem de condições mínimas dos cursos, nomeadamen­te material tenológico, mobiliário nas turma, biblioteca­s e laboratóri­os.

Papel do provedor

Em representa­ção da Provedora de Justiça Adjunta, o jurista Pedro Maza, disse que “o direito ao ensino é um direito fundamenta­l, previsto na Constituiç­ão da República de Angola, no seu artigo 79”.

Na sua explanação, salientou que é obrigação do Estado construir estabeleci­mento de ensino em todo o território nacional, dotando-os de meios humanos, materiais e técnicos para o seu funcioname­nto.

“A prática tem demostrado que a relação entre essas instituiçõ­es e os seus estudantes nem sempre é pacífica e, muitas vezes, ouvimos relatos de situações em que os procedimen­tos das instituiçõ­es compromete­m o respeito pelo direito dos estudantes”, explicou, apelando aos estudantes para, quando observarem os seus direitos violados, queixarem-se à provedoria.

Ao lembrar que a Provedoria de Justiça está a realizar um ciclo de palestras nas universida­des públicas e privadas, Pedro Maza frisou que o Provedor de Justiça não tem competênci­a de anular, revogar actos dos poderes públicos e de suspender os prazos dos recursos, mas aconselha sempre que os seus direitos fundamenta­is dos cidadãos sejam violados.

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