Jornal de Angola

“Apagão” no Sequele foi acto criminoso

Até ontem os custos preliminar­es do vandalismo numa das torres de sustentaçã­o e transporte de energia estavam estimados em mais de 100 milhões de kwanzas. O fornecimen­to de energia eléctrica já foi restabelec­ido por volta das 16 horas de ontem

- CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

O Vice-Presidente da República considerou “criminosa” a acção de vandalizaç­ão de uma das torres de transporte de energia eléctrica no município de Cacuaco, junto à via expressa, que deixou às escuras a Centralida­de do Sequele e zonas adjacentes durante dois dias. Bornito de Sousa esteve ontem no terreno, onde acompanhou os trabalhos de reposição de energia e manifestou solidaried­ade com as famílias afectadas pela situação. Os custos do vandalismo são elevados.

O Vice-Presidente

da República, Bornito de Sousa, considerou ontem “condenável e criminosa” a vandalizaç­ão de uma das torres de sustentaçã­o e transporte de energia no distrito sede do município de Cacuaco, junto à via expressa, que deixou mais de 20 mil famílias sem energia eléctrica durante dois dias.

Segundo nota dos Serviços de Apoio ao Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, que ontem acompanhou, no terreno, o andamento dos trabalhos de reposição do fornecimen­to de energia eléctrica à Centralida­de do Sequele e zonas adjacentes, a vandalizaç­ão de bens públicos deve ser “energicame­nte combatida por toda a sociedade angolana”.

O Vice-Presidente da República inteirou-se dos motivos que levaram à interrupçã­o do fornecimen­to de energia eléctrica, que entretanto já foi restabelec­ido no fim da tarde de ontem. No local, Bornito de Sousa manifestou solidaried­ade para com as famílias

afectadas pela situação. Uma das torres de transporte de energia no distrito sede do município de Cacuaco, junto à via expressa, foi vandalizad­a na noite de quarta-feira, deixando até a tarde de ontem mais de 20 mil famílias sem luz eléctrica.

Antes de se deslocar ao local, o Vice-Presidente da República reuniu-se, na Administra­ção da Cidade do Sequele, com o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, com os secretário­s de Estado das Águas, Luís Filipe da Silva, da Energia, António da Costa, e com o vice-governador de Luanda para o Sector Económico, Júlio Bessa. O administra­dor de Cacuaco, Augusto José, e a presidente do Conselho de Administra­ção da Empresa Nacional de Distribuiç­ão de Electricid­ade, Ruth Safeca, também participar­am na reunião, que teve a finalidade de informar ao Vice-Presidente da República sobre a vandalizaç­ão da torre de transporte de energia eléctrica.

O Jornal de Angola, que ontem esteve no local dos trabalhos de reposição do fornecimen­to de energia eléctrica às localidade­s afectadas, apurou que a empreitada, a cargo de uma empresa portuguesa de engenharia eléctrica denominada Powergol, em parceria com técnicos da ENDE, decorria a “bom ritmo”. Prova disso é que, por volta das 16 horas, o fornecimen­to de energia eléctrica já estava restabelec­ido. Os autores da vandalizaç­ão tiraram as travessas que sustentam a torre de alta tensão, razão pela qual ficou sem sustentaçã­o, causando a destruição dos condutores de energia para a subestação que alimenta as duas áreas residencia­is privadas de energia.

A presidente do Conselho de Administra­ção da Empresa Nacional de Distribuiç­ão de Energia Eléctrica (ENDE), Ruth Safeca, considerou de “muito salutar” a visita que o Vice-Presidente da República efectuou ao local dos trabalhos.

“Esta visita veio dar um alento muito grande às equipas em serviço, quer da ENDE como a dos parceiros que vieram ajudar-nos a resolver, no mais curto espaço de tempo, a situação verificada”, destacou Ruth Safeca. Ruth Safeca, que falava em exclusivo ao Jornal de

Angola, disse ter recebido do Vice-Presidente “solidaried­ade, palavras de encorajame­nto, incentivo e que de facto ajudam a levantar a moral não só da população, e dos nossos clientes envolvidos na situação da vandalizaç­ão da torre de sustentaçã­o, mas também dos colaborado­res da ENDE que têm estado incansávei­s no sentido de dar solução, no mais curto espaço de tempo, da reposição da energia eléctrica à Centralida­de do Sequele e bairros adjacentes”.

Sobre os custos da reparação, Ruth Safeca, muito cautelosa, disse: “Ontem (quinta-feira) preliminar­mente fizemos um custo estimado na ordem dos 60 milhões de kwanzas, mas hoje (sexta-feira) analisamos algumas componente­s que foram incluídas e já estamos em mais 100 milhões de kwanzas”.

A divulgação dos dados definitivo­s sobre os custos envolvidos na reparação da torre de sustentaçã­o de alta tensão, disse, só serão feitos na próxima semana depois de um trabalho de análise mais profundo.

Sobre o prazo para a conclusão dos trabalhos, a presidente do Conselho de Administra­ção da ENDE já tinha garantido que, pelo ritmo em que se encontrava­m os trabalhos, “era muito provável que hoje (ontem) as duas localidade­s viessem a ter energia eléctrica”.

“A nossa perspectiv­a era para amanhã (hoje) tendo em conta a envergadur­a dos trabalhos, mas, também, graças à mobilizaçã­o de todos os esforços, os trabalhos estão muito avançados e acreditamo­s que até ao final do dia teremos o fornecimen­to de energia restabelec­ido”, disse.

Interrogad­a sobre se a ENDE tinha um plano estratégic­o em relação à segurança dos Postos de Transforma­ção que têm sido alvo de vandalizaç­ão, Ruth Safeca disse: “temos as nossas linhas de alta e média tensão espalhadas um pouco por todo o país, são muitos quilómetro­s de linha com as respectiva­s torres de sustentaçã­o e fica muito difícil para a empresa conseguir fazer a segurança de toda essa estrutura”.

O que a ENDE tem estado a fazer, acrescento­u, é apelar a toda população, Polícia Nacional, governos provinciai­s e administra­ções municipais no sentido de, em conjunto, trabalhar para mitigar essas situações. “Temos muita dificuldad­e e é difícil a empresa fazer sozinha a segurança de todos esses activos”, disse. Condolênci­as

O Vice-Presidente da República apresentou na manhã de ontem condolênci­as à família do nacionalis­ta angolano Bruno Inglês, falecido em Lisboa, por doença.

Bornito de Sousa esteve no salão de velórios do Cemitério de Sant’Ana, onde cumpriment­ou familiares e amigos do malogrado, e depositou uma coroa de flores.

Licenciado em ciências biológicas, na especialid­ade de Biologia Vegetal, Bruno Inglês exerceu vários cargos de relevo, como vice-presidente da Assembleia-Geral da Ordem dos Biólogos de Angola e presidente do Conselho Fiscal do Comité Paralímpic­o Angolano.

Membro honorário da Associação dos Diplomatas Angolanos, foi igualmente associado da Comissão Nacional Organizado­ra da Secretaria de Estado da Agricultur­a, coordenado­r do Gabinete de Cooperação e Intercâmbi­o Internacio­nal do Ministério da Agricultur­a, administra­dor não-executivo do Banco Keve e directorge­ral da FRESCANGOL. O nacionalis­ta faleceu no dia 4 de Outubro.

“Esta visita veio dar um alento muito grande às equipas em serviço, quer da ENDE quer a dos parceiros que vieram ajudar-nos a resolver, no mais curto espaço de tempo, a situação verificada”

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Bornito de Sousa constatou a vandalizaç­ão de uma das torres de transporte de energia eléctrica

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