Inamet é mais conhecido pela área de meteorologia e não de geofísica
Já há muitas instituições a solicitar esse serviço? Ainda não. Temos alguns acordos de cavalheiro com algumas seguradoras. Infelizmente, muitos só nos procuram quando estão em litígio. Essa informação só é disponibilizada pelo Inamet? Somos a única instituição no país que produz essa informação, que serve para provar às empresas de seguro que, efectivamente, o sinistrado foi vítima de um acidente provocado por um fenómeno natural. Apesar de o Inamet tratar também da geofísica, a instituição é mais conhecida pelo serviço de meteorologia. Por que razão não se fala muito de outros serviços por vocês desenvolvidos? O Inamet é mais conhecido pelo serviço de meteorologia e não de geofísica, porque é no primeiro onde ocorrem os maiores desastres. Por essa razão, este serviço é mais mediatizado que o outro. A instituição que dirige desempenha um papel fundamental no processo agrícola, por causa das previsões que faz. Os agricultores, em Angola, têm a cultura de consultar o Inamet antes de prepararem a terra? Apenas os grandes agricultores o fazem. Os pequenos ainda não. E não há ainda um número considerável de solicitações de previsão do tempo, por mais agricultores, porque o clima de Angola é estável. Não apresenta grandes inversões, apesar de haver, em algumas regiões do país, alterações climáticas. Temos zonas em que o índice de seca é muito elevado. É o caso, por exemplo, da província do Cunene, Huíla, Namibe e parte do Cuando Cubango. Será que os agricultores que ainda não solicitam o serviço de previsão do tempo sabem da importância das previsões para a agricultura? Se não sabem, devem saber. A agricultura pressupõe planificação. O agricultor, antes de entrar em acção, deve conhecer já o clima da região onde pretende desenvolver a actividade. Depois, é necessário saber, também, como será a época chuvosa, a temperatura e o habitat da zona. É fundamental conhecer as características do solo e as condições climatéricas da região. Existem dois tipos de agricultura: a natural e a artificial. A última, para ser desenvolvida, exige uma série de meios, porque não depende da chuva. Os agricultores que desenvolvem esse tipo de actividade podem evitar gastos se tiverem a cultura de solicitar as previsões ao Inamet. Pode explicar-se melhor? Solicitando atempadamente a previsão do tempo, o agricultor consegue saber se no período em que pretende desenvolver a actividade agrícola vai ou não chover. Em caso de haver chuva confirmada, ele consegue poupar recursos. Já não precisará gastar combustível e outros meios. Poderá usá-lo numa fase em que não haverá chuva. Por essa razão, os que se dedicam à agricultura artificial devem consumir mais a previsão do tempo. O Inamet também faz previsão marítima, mas, nos últimos dias, várias embarcações artesanais têm-se perdido em alto-mar. Os pescadores têm o hábito de solicitar essa previsão antes de se fazerem ao mar? Há pescadores negligentes. Não consultam o boletim meteorológico marítimo antes de se fazerem ao mar. Eles precisam saber que os dias de trabalhar com o empirismo acabaram. Se eles fossem à busca dessa informação, desenvolveriam a sua actividade com mais segurança. Saberiam já como estaria o mar e o vento, que têm provocado o desaparecimento de algumas embarcações. O Inamet produz essa informação com regularidade? O Inamet elabora a previsão marítima sempre e tem validade de 24 horas, isto é, das 18 de um dia às 18 de outro dia. E onde é que essa informação é disponibilizada? A informação é disponibilizada na media e nos pontos focais de pesca artesanal. A instituição publica o boletim meteorológico para navegação marítima, que deve ser utilizado por armadores e pescadores. Mas dá impressão que essa informação não chega aos pescadores? Temos que melhorar a cultura de acesso a essa informação. Precisamos encontrar forma de como melhorar a comunicação, de modo que a informação chegue aos destinatários com mais facilidade. Nem que for por via de um boletim no local ou ponto de concentração dos pescadores. É preciso fazer chegar essa informação de utilidade pública aos trabalhadores do mar, para evitar novos casos de desaparecimento de embarcações. A título de curiosidade, há casais que já consultam o Inamet quando querem casar, para saber se não vai chover no dia escolhido para o copo de água? Há alguns casais que já adoptam esse critério. Os que não o fazem correm o risco de desperdiçar recursos financeiros. O Inamet está capacitado para fornecer essas informações aos cidadãos que decidirem nos contactar.