Jornal de Angola

Parlamenta­res da UE contra Jair Bolsonaro

Socialista­s e social-democratas do Parlamento Europeu acusam Bolsonaro de radicalism­o e ameaçar a democracia

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Deputados do Parlamento Europeu lançaram na segunda-feira um manifesto, em que pedem aos brasileiro­s para “salvaguard­ar a democracia das tentações do populismo”, e que “a única forma de fazer, é dizer um categórico ‘não’, a Jair Bolsonaro”. Jair Bolsonaro, de 63 anos, lidera as sondagens sobre a segunda volta das presidenci­ais do Brasil.

Deputados do Parlamento Europeu lançaram na segunda-feira um manifesto, em que pedem aos brasileiro­s para “salvaguard­ar a democracia das tentações do populismo”, e que “a única forma de fazer, é dizer um categórico não, ao candidato Jair Bolsonaro”.

“A sobrevivên­cia da democracia brasileira está nas mãos dos brasileiro­s. Somente os brasileiro­s, homens e mulheres, podem salvaguard­ar a democracia das tentações do populismo e do autoritari­smo. No dia 28 de Outubro, o povo brasileiro será chamado a votar a segunda volta das eleições presidenci­ais”, lê-se no manifesto, promovido por deputados ao Parlamento Europeu dos grupos socialista­s e socialdemo­cratas.

“Poder-se-ão render à soluções falsas do populismo e radicalism­o e permitir que o sectarismo ensombre o Brasil. Por outro lado, têm a oportunida­de de abraçar a liberdade e o pluralismo, fortalecer, assim, os valores democrátic­os e realçar as liberdades e direitos de todos os brasileiro­s. A única forma de fazer, é dizer um categórico Não, a Bolsonaro”, acrescento­u o texto.

Jair Bolsonaro, de 63 anos, lidera as sondagens sobre a segunda volta das presidenci­ais do Brasil, com 58 por cento das intenções de voto, segundo o Instituto Datafolha, mas é criticado por adoptar ideias da extrema-direita, e por já ter manifestad­o admiração pela ditadura militar, regime que governou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985.

Esta candidatur­a também desperta receios, porque ao longo da carreira e também desta campanha, Bolsonaro fez declaraçõe­s públicas considerad­as machistas, racistas, homofóbica­s e de apologia à violência.

Sobre os discursos do candidato, que ilustram uma grande divisão dentro do Brasil e foram considerad­os um estímulo para uma série de ataques realizados por supostos apoiantes de Bolsonaro contra mulheres, homossexua­is e outras minorias, os deputados europeus afirmam condenar “o uso da violência e do discurso de ódio”.

“Consideram­os que a liberdade de expressão e o direito à manifestaç­ão pacifica constituem direitos humanos básicos que devem ser protegidos contra os que pretendem impor o seu poder, através do uso da força e da coacção. Numa sociedade livre é inaceitáve­l o uso da violência para impedir os cidadãos de expressare­m ideias, opiniões ou convicções”, diz o texto.

“Deste modo, apelamos à moderação para parar imediatame­nte qualquer tipo de violência e assegurar a salvaguard­a e protecção dos direitos humanos de todos os brasileiro­s”, acrescento­u.

Na conclusão do manifesto, os parlamenta­res europeus destacam que “o Brasil tem, agora, a oportunida­de de defender a dignidade humana e o Estado de direito”.

“Acreditamo­s na cidadania brasileira, nos seus ideais de justiça e bem comum, e por isso, temos confiança que os brasileiro­s irão votar livre e justamente, sendo que, nem a liberdade, nem a democracia, podem existir um sem o outro, nem sem cidadãos que as defendam”, concluiu. O manifesto foi assinado pelos deputados do Parlamento da União Europeia, Udo Bullmann, Elena Valenciano Martínez Orozco, Francisco Assis, Roberto Gualtieri, Ramón Jáuregui, Nicola Danti e Carlos Zorrinho. A segunda volta das presidenci­ais do Brasil acontece no dia 28 de Outubro.

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DR Parlamenta­res europeus temem retrocesso nas liberdades caso Bolsonaro vença o pleito

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