Jovem com 200 quilos é internada de urgência
A directora do Hospital Josina Machel disse que a paciente chegou muito agitada, com o estado emocional afectado
Uma jovem com 200 quilos foi sábado internada de emergência no Banco de Medicina do Hospital Josina Machel, em Luanda. A paciente, que durante os últimos quatro anos apenas se mantém deitada de costas, depende de terceiros para realizar todas as necessidades vitais.
Kyazeyeko Isabel Pedro, 35 anos, enfrenta uma crise de obesidade mórbida, há quatro anos, estando neste momento com 200 quilos de peso, razão que levou a ser internada de emergência, no sábado, 13, no Banco de Urgência de Medicina do Hospital Josina Machel, em Luanda.
A paciente, que durante os últimos quatro anos apenas se mantém deitada de costas, depende de terceiros para realizar todas as suas necessidades vitais, foi levada para aquela unidade hospitalar por elementos do Corpo de Bombeiros, após uma intensa campanha nas redes sociais, protagonizada pela família, em desespero.
Residente no subúrbio do município de Talatona, em Luanda, Kyazeyeko Pedro, vive com os pais e dois irmãos, tendo já um histórico familiar de obesidade, que levou à morte de um dos irmãos, em 2014, que na altura, com 33 anos, chegou a pesar mais ou menos o que ela pesa agora.
Sem filhos, nem esposo, Kyazeyeko Pedro, que deixou de estudar, em 2013, após ter concluído o ensino médio e anos depois contraiu a doença, disse ao Jornal de Angola que sempre foi “uma pessoa comunicativa” e teve, desde então, a família do seu lado, razão pela qual não tem dificuldade de comunicação.
Ao longo dos quatro anos em que se encontra no leito, na luta contra a obesidade, Kyazeyeko Pedro disse que já sofreu o preconceito de pessoas que se dizem ser amigas, mas não tem razões de queixa dos familiares. “Graças a Deus, tenho recebido muito apoio da família, que durante estes quatro anos tem sido incansável comigo”. Primeiros sintomas Quando começou a sentir o aumento estranho da massa corporal, Kyazeyeko Pedro começou a fazer consultas em vários hospitais, nomeadamente no Josina Machel e Militar Principal “sempre com o objectivo de emagrecer”, tendo mais tarde feito recurso ao exterior, até onde os meios financeiros permitiram.
A directora do Hospital Josina Machel disse que a paciente chegou à unidade muito agitada, com o estado emocional afectado, mas agora está mais calma.
Segundo a médica Mariquinhas Venâncio, ainda não foram encontradas as causas da obesidade da paciente, porque os exames realizados nos últimos dias revelaram-se negativos.
Mariquinhas Venâncio disse que Kyazeyeco Pedro foi submetida a exames laboratoriais ao sangue e à imagem, nomeadamente ecografia, cardiologia, Raio X, nutrição e ressonância magnética, com recurso à Tomografia Auxiliar Computadorizada (TAC).
A família
Kiese Paulina e Diazayakana Pedro Soares são os pais de Kyazeyeko Pedro. Ambos não trabalham. Cansados e desesperados de tantas batalhas para conseguir assistência médica para a filha, agradecem o apoio prestado pela sociedade para a evacuação da filha para o Hospital Josina Machel.
Com três filhos, também desempregados, Diazayakana Soares é portador de deficiência visual, desde 2011, e no dia em que a filha deu entrada no hospital, o seu estado de saúde também inspirava cuidados, daí ser submetido a exames laboratoriais e foi-lhe diagnosticado paludismo. “Não tenho dinheiro para comprar os medicamentos que me foram receitados”, disse.
Kyazeyeko Pedro vive com os pais e dois irmãos, tendo já um histórico familiar de obesidade, que levou à morte de um dos irmãos, em 2014, que na altura, com 33 anos, chegou a pesar, mais ou menos, o que ela pesa agora