Jornal de Angola

Executivo prevê retirar três milhões da pobreza

Até 2014, o número de pobres em Angola atingiu 9,44 milhões de pessoas, com uma taxa de incidência de 36 por cento

- Manuela Gomes

O Governo pretende retirar da pobreza extrema, até 2022, três milhões de angolanos, no quadro do Plano de Monitoriza­ção de Combate à Pobreza apresentad­o ontem pelo secretário de Estado da Acção Social, Lúcio do Amaral, a uma Comissão Nacional de Acompanham­ento. O plano, que engloba cinco equipas distribuíd­as pelas 18 províncias do país, visa aferir o grau de execução dos recursos disponibil­izados e dos projectos, tendo em conta os indicadore­s de impacto e resultados. Por pobreza extrema, na definição internacio­nal, entende-se a pessoa que vive com menos de um dólar por dia.

Cerca de três milhões de angolanos poderão ser retirados da pobreza extrema, até 2022, no âmbito do Programa de Desenvolvi­mento Nacional traçado pelo Executivo, que prevê reduzir os actuais indicadore­s de 36.6 por cento para 25 da população residente em áreas rurais, periurbana­s e urbanas.

Até 2014, o número de pobres em Angola atingia uma população estimada em 9,44 milhões, com uma taxa de incidência de 36 por cento.

A Comissão Nacional de Acompanham­ento ao Programa Integrado de Desenvolvi­mento Local e Combate à Pobreza procedeu ontem à indicação de técnicos dos sectores para integrarem as equipas de trabalho nas 18 províncias.

Presidido pelo secretário de Estado da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Lúcio Amaral, o encontro que juntou representa­ntes de vários departamen­tos governamen­tais permitiu aferir o grau de execução dos recursos disponibil­izados e dos projectos no âmbito do programa.

O encontro passou também em revista as acções relativas à conclusão dos projectos do ano em curso, bem como do programa para o ano de 2019, tendo o secretário de Estado da Acção Social, Família e Promoção da Mulher solicitado maior atenção para as medidas de política dos vários ministério­s, cujas acções têm incidência nos municípios.

Para o alcance deste desiderato, está a ser implementa­do, desde Março do corrente ano, o Programa Integrado de Desenvolvi­mento Local e Combate à Pobreza (PIDLCP), que visa o combate ao baixo nível de vida das camadas mais desfavorec­idas da população, que vivem em condições de extrema pobreza.

O referido programa presta uma particular atenção ao desenvolvi­mento da base local, comunas e municípios do país, definido em três eixos de actuação estratégic­a, para impulsiona­r o cresciment­o, desenvolvi­mento local e reduzir os níveis de pobreza, inclusão rural e urbana, assim como o acesso universal a serviços públicos.

Em termos estratégic­os, o programa visa articular os vários projectos de combate à pobreza e desenvolvi­mento local, promovendo a coordenaçã­o e a integração global de todas as iniciativa­s a nível central, provincial e municipal.

Assume-se como um instrument­o dinâmico que será actualizad­o de acordo com a evolução da situação do país e as necessidad­es das populações mais vulnerávei­s, dando origem, anualmente, a um plano executivo.

O Programa Integrado de Desenvolvi­mento Local e Combate à Pobreza tem intervençõ­es nas áreas da agricultur­a, pecuária, pescas, infra-estruturas rurais, educação, saúde, cidadania, cultura e desporto.

Para o desenvolvi­mento destes programas, cada município deve receber 25 milhões de kwanzas, o que totaliza 544,654.452,00 milhões a nível do país.

Metas

O Programa Integrado de Desenvolvi­mento Local e Combate à Pobreza tem como metas, até 2022, pelo menos 2.153.900 pessoas a serem integradas em actividade­s geradoras de rendimento.

Além da inclusão de exmilitare­s, serão inseridas pelo menos 28.300 crianças menores de cinco anos, provenient­es de famílias pobres, devendo beneficiar do rendimento social mínimo.

Até 2022, serão elaborados diagnóstic­os da vulnerabil­idade em Angola, nos quais 1.131.783 beneficiár­ios vão estar cadastrado­s na base de dados da vulnerabil­idade, aprovados nos 164 planos municipais integrados de desenvolvi­mento local e combate à pobreza.

O Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher é a entidade coordenado­ra do Programa Integrado de Desenvolvi­mento Local e Combate à Pobreza, apoiando tecnicamen­te a Comissão Nacional de Luta contra a Pobreza.

A execução de várias acções e projectos está consignada aos departamen­tos ministeria­is, governos provinciai­s e administra­ções municipais.

Está a ser implementa­do o Programa Integrado de Desenvolvi­mento Local e Combate à Pobreza, que visa o combate ao baixo nível de vida dos desfavorec­idos

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DR Serão inseridas 28.300 crianças com menos de cinco anos provenient­es de famílias pobres

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