Derrota complica contas dos “Palancas Negras”
Palancas Negras estão obrigados a vencer os dois próximos jogos para assegurar a presença na grande montra do futebol africano
A derrota (0-1) sofrida na terça-feira, em Nouakchott, frente aos Mourabitounes da Mauritânia, deixou os Palancas Negras obrigados a vencer os próximos dois jogos no Grupo I de apuramento para a Taça de África das Nações de futebol (CAN’2019), a ter lugar nos Camarões.
Depois do triunfo gordo (4-1), em Luanda, a Selecção Nacional viajou confiante na conquista de pelo menos um ponto. Mas, a disputa dos 90 minutos mostrou uma equipa apática, muito distante da postura competitiva demonstrada no 11 de Novembro.
Os pupilos do sérvio Srdjan Vasiljevic baixaram para a terceira posição, com 6 pontos, contra os 9 dos mauritanianos e 7 dos Cavalos do Burkina Faso, enquanto o Botswana soma apenas um ponto, na última posição.
Para garantir o regresso ao CAN, após a ausência nas edições de 2015, na Guiné Equatorial, e 2017, no Gabão, os Palancas Negras têm de encarar o jogo de 18 de Novembro, frente aos burkinabes, em casa, como uma autêntica final.
A vitória na quinta jornada da campanha de qualificação coloca a Selecção Nacional com 9 pontos na tabela classificativa, quando os Mourabitounes, que recebem os Zebras tswaneses, podem assegurar a presença na prova continental, em caso de triunfo, porque na última jornada tudo que os Cavalos podem atingir são os 10 pontos.
Para não depender de terceiros, a equipa de Vasiljevic tem de ser capaz de triunfar em Gaberone, frente ao Botswana, no encerramento da fase de apuramento, no dia 22 de Março próximo. Com dois triunfos, Angola assegura a oitava presença no CAN, sem precisar fazer recurso à calculadora.
O futebol angolano estreouse em 1996, na África do Sul, sob o comando do já falecido Carlos Alhinho. Em 1998 (Burkina Faso), com Manuel Gomes “Neca”, 2006 (Egipto) e 2008 (Ghana), dirigido por Oliveira Gonçalves, 2010 (Angola), Manuel José, 2012 (Gabão e Guiné-Equatorial), Lito Vidigal, e 2013 (África do Sul), Gustavo Ferrin.
Pouco futebol
A ambição de conquista de um dos dois lugares para a disputa da competição africana exige da Selecção Nacional mais do que a simples presença em campo. A atitude competitiva, qualidade que os Palancas Negras foram incapazes de mostrar em Nouakchott, é a única forma de efectivar o objectivo.
Longe de qualquer juízo paternalista, as incidências e o desfecho do desafio de Luanda espelham melhor a diferença entre Angola e a Mauritânia, de tal modo que a equipa nacional, superior ao adversário no plano técnico e táctico, tem de assumir, em acto de contrição, que perdeu “por sua culpa, sua tão grande culpa”.
Apenas a exibição com pouco futebol explica o desaire dos Palancas Negras, obrigados a elevar a entrega, dentro de um mês, para superarem os Cavalos, considerados o conjunto mais competitivo do Grupo I, embora o domínio seja surpreendentemente dos mauritanianos.hjjuhyu
No plano das conjecturas, vários analistas olham para eventual quebra da consistência defensiva, por força da saída de Dani Masunguna, substituído por limitação física, bem como a ausência de Show, no meio campo, pelas mesmas razões.
É igualmente sabido que Gelson Dala, abono de família da equipa, esteve abaixo das suas capacidades físicas, daí ter sido pouco afirmativo nas disputas com os defesas contrários, superiores na altura e no peso. Mas nem isso serve para justificar o apagão do “onze” nacional, raramente visto como equipa.
Pelo que já demonstrou na corrida ao CAN dos Camarões, a Selecção tem argumentos futebolísticos para garantir o apuramento. Talvez o estado irregular do relvado sintético possa atenuar o exercício crítico ao desempenho da equipa, que tem de ser capaz de vencer os últimos dois jogos e, deste modo, evitar a desilusão colectiva de todo um povo, novamente habituado a abraçar os seus heróis da bola.
Para garantir o regresso ao CAN, os Palancas Negras têm de encarar o jogo de 18 de Novembro, frente aos burkinabes, em casa, como uma autêntica final